Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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22/03/2016 07h28

Os Sinos - Como correr riscos

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<p> Em minha palestra Lideran&ccedil;a Nutritiva, abordo a quest&atilde;o da coragem de correr riscos. Afinal, a vida &eacute; feita de escolhas e cada uma traz o risco de escolher e o de n&atilde;o escolher. E como &eacute; dif&iacute;cil lidar com o medo de correr riscos!</p> <p> Ao longo da vida adotei algumas atitudes para enfrent&aacute;-los, talvez voc&ecirc; tenha adotado algo parecido. &Eacute; assim que fa&ccedil;o:</p> <p> Primeiro aprendi a avaliar as probabilidades de cada risco. Cada escolha feita nunca vem com apenas um risco, seja ele dor, infelicidade, vergonha, fracasso, preju&iacute;zo ou morte. Identificar a probabilidade de que cada uma dessas coisas aconte&ccedil;a &eacute; um desafio, temos de reunir informa&ccedil;&otilde;es, que dificilmente s&atilde;o suficientes ou confi&aacute;veis. Quando n&atilde;o as temos, o melhor a fazer &eacute; perguntar para quem j&aacute; passou por situa&ccedil;&atilde;o semelhante, mesmo que o contexto n&atilde;o tenha sido exatamente o mesmo. Lembre-se, a inten&ccedil;&atilde;o &eacute; reunir o maior n&uacute;mero poss&iacute;vel de informa&ccedil;&otilde;es. Depois &eacute; olhar para aquilo tudo e fazer uma estimativa: qual a chance daquelas coisas acontecerem com voc&ecirc;? Voc&ecirc; vai ter de confiar em sua intui&ccedil;&atilde;o e o mais legal &eacute; que ela &ndash; a intui&ccedil;&atilde;o &ndash; melhora com a experi&ecirc;ncia.</p> <p> A&iacute; vem a identifica&ccedil;&atilde;o da import&acirc;ncia de cada risco, o que &eacute; outra encrenca, pois a import&acirc;ncia &eacute; subjetiva e objetiva, relativa e absoluta. Parece coisa de louco, n&atilde;o &eacute;? Mas veja s&oacute;: cada pessoa tem um n&iacute;vel diferente de toler&acirc;ncia ao risco, o que torna a import&acirc;ncia do risco subjetiva. O que &eacute; arriscado para mim pode n&atilde;o ser para voc&ecirc;.</p> <p> A import&acirc;ncia &eacute; objetiva tamb&eacute;m, pois v&aacute;rios riscos j&aacute; foram estudados e conhecemos suas consequ&ecirc;ncias. Por exemplo, dirigir depois de beber. A gente sabe onde isso pode dar.</p> <p> A import&acirc;ncia &eacute; relativa pois dependendo do contexto, os benef&iacute;cios podem ser maiores ou menores que o risco.</p> <p> Por fim, a import&acirc;ncia do risco &eacute; absoluta, pois h&aacute; momentos em que o risco &eacute; totalmente inaceit&aacute;vel. Por exemplo, um benef&iacute;cio que para ser obtido coloca a vida de outra pessoa em risco. Isso &eacute; absolutamente n&atilde;o aceit&aacute;vel.</p> <p> Compare sua toler&acirc;ncia pessoal a riscos com a objetividade ou subjetividade do risco que voc&ecirc; vai assumir. Compare esse risco com outras situa&ccedil;&otilde;es de risco pelas quais voc&ecirc; passou. O risco &eacute; maior ou menor? Por exemplo, conforme um estudo do Conselho Nacional de Seguran&ccedil;a nos Estados Unidos, a chance de morrer num acidente de tr&acirc;nsito &eacute; de 1 em 85. A chance de morrer num acidente de avi&atilde;o &eacute; de 1 em 5862. Tem sentido para mim, que dirijo todo dia, ter medo de voar de avi&atilde;o?</p> <p> Entendeu o jogo? Quando voc&ecirc; se v&ecirc; paralisado diante de um risco, pode ajudar saber que esse risco &eacute; muito menor do que outros que voc&ecirc; corre todo dia.</p> <p> Depois, compare o risco com os benef&iacute;cios. S&atilde;o os benef&iacute;cios que impulsionam a toler&acirc;ncia ao risco. Mas &eacute; importante comparar n&atilde;o apenas o risco de fazer esta ou aquela escolha, mas o de n&atilde;o faz&ecirc;-la. Se voc&ecirc; n&atilde;o aceitar aquele cargo, vai perder o qu&ecirc;? Se voc&ecirc; n&atilde;o aceitar fazer o investimento, vai acontecer o qu&ecirc;? Foi isso que me fez assumir o risco de investir no Est&uacute;dio do Caf&eacute; Brasil neste ano de crise. Surgiu uma oportunidade e se eu n&atilde;o fizesse o investimento naquele momento, perderia a chance e teria de investir muito mais no futuro. Mas eu n&atilde;o tinha o dinheiro! Bem, a&iacute; vem a decis&atilde;o de correr o risco. Empresta do banco, vende o carro, usa o cheque especial, entra numa sinuca, mas faz.</p> <p> E quer saber? N&atilde;o me arrependo nem um pouco.</p> <p> Correr riscos consciente, racional e inteligentemente, esse &eacute; meu lema.</p> <p> N&atilde;o &eacute; f&aacute;cil.</p> <p> Mas a alternativa &eacute; muito arriscada.</p> <p style="text-align: right;"> <strong>Por Luciano Pires</strong></p>

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