24/07/2025 22h03
Lançando audio visual - AS CANÇÕES DO CLUBE E OUTRAS ESQUINAS.
O BOM DIA conversou com o cantor e multi-instrumentista BRUNO FELGA, que está lançando hoje (25-07) o audio visual CANCÕES DO CLUBE E OUTRAS ESQUINAS, que vai dar o que falar. Bruno tem conquistado o público do Médio Piracicaba com muita qualidade, simpatia e um com repertório impecável. E o cara tem bagagem viu. Confiram na entrevista...
BOM DIA – Bruno, qual a sua origem?
BRUNO FELGA- Nasci em Ponte Nova, terra natal de Reinaldo, ídolo do Atlético Mineiro, João Bosco e Tunai.
BOM DIA - O que vc ouvia na infância?
BRUNO FELGA-Passei minha infância em Governador Valadares. Na minha casa tinha um quarto de música e minha mãe colocava os discos do Balão Mágico pros meus irmãos e eu ouvirmos, mas também me lembro d'ela colocar Rita Lee, Ritchie e outros artistas da MPB. No carro do meu pai ouvíamos Demi Rosseau, Fagner, Zezé di Camargo e Luciano, entre outros. Mas também ouvia rádio FM.
BOM DIA - Como começou a sua vivência na música?
BRUNO FELGA - Já na adolescência, morando em São José do Goiabal, comecei a ouvir música com os amigos, trocar discos, assistir VHS de bandas de rock gringas como Guns 'n Roses, Bon Jovi, Iron Maiden, etc. Um belo dia, num churrasco, tocou uma música e passei a mão num garfo e numa faca e comecei a bater nas tampas das panelas. Naquele momento percebi que eu tinha ritmo e ali despertou o meu interesse pela bateria. Chegando em casa montei uma bateria com latas e potes da cozinha da minha mãe e desde então nunca mais parei de tocar.
BOM DIA - Você teve oportunidade de trabalhar com o compositor e cantor Tunai, irmão do grande João Bosco. Conte um pouco dessa história pra gente.
BRUNO FELGA- No início dos anos 2000, retornei pra Ponte Nova vindo de BH. Realizei um festival de música na cidade e convidei a Dona Lilá, mãe do Tunai e do João Bosco, a ser jurada. Ela aceitou o convite e se sentiu muito lisonjeada. Ali nasceu uma grande amizade. Eu passava horas na casa dela conversando, ouvindo histórias, tomava café da tarde, almoçava, jantava, ouvia ela tocar violino (que inclusive herdei dela), etc. Quando Tunai e João Bosco iam passear em Ponte Nova, ela me ligava e falava: "Ô, meu filho, não tem ninguém pra ficar com os meninos aqui, vem cá pra você conversar com eles" - e eu ia e passava o dia com eles. O João Bosco era mais tímido, calado, o Tunai era mais descolado, falava sobre futebol, política e, principalmente, música. Naquela época, eu tinha muita influência de pop, de rock e achava que a música do Tunai era um pouco disso, mais radiofônica. Portanto, criei uma conexão maior com ele e logo nos tornamos amigos. Ele dizia: "se é amigo de mamãe, é meu amigo também". Teve um fim de ano que ele foi passear em Ponte Nova e me convidou a viajar como produtor dele numa turnê na Bahia. Eu aceitei o convite e desde então foram 16 anos trabalhando como produtor artístico, executivo, bateria e percussionista junto com ele.
BOM DIA - Vc já trabalhou com outros artistas famosos?
BRUNO FELGA- Através do Tunai tive o privilégio de conhecer e conviver com alguns dos meus ídolos, além de fazer alguns trabalhos como produtor e também como músico, tocando ao lado de artistas como Milton Nascimento, Wagner Tiso, Toninho Horta, Robertinho Silva, Jane Duboc, Geraldinho Azevedo, Vander Lee, Dalto, Hyldon, Byafra, Emmerson Nogueira, Chico Amaral, Zé Renato (Boca Livre), entre outros.
BOM DIA - Quais instrumentos você domina?
BRUNO FELGA -Comecei a tocar bateria aos 14 anos. Mais tarde aprendi a tocar violão. Também toco percussão. São os instrumentos que domino.
BOM DIA - Vc tem shows para diversos formatos né? Já vi você tocando sozinho, com banda fazendo quase um baile, tocando pop rock, clube da esquina. É fácil virar a chave?
BRUNO FELGA - Assim como dizem que "a gente é o que a gente come", eu digo que "a gente toca o que a gente ouve". Minha formação musical é complexa. Ouvi de tudo um pouco, mas me mantive no universo do rock, do pop e da MPB. Gosto das bandas do rock Brasil dos anos 80, dos Beatles, mas também gosto de Tom Jobim, Chico, Caetano, Gil e Elis. Mas o Clube da Esquina me fascina. Nos shows, viro a chave facilmente, mas prefiro tocar acompanhado a tocar sozinho. Detesto a solidão e no palco gosto de ter uma retaguarda. Mas acho que me viro bem sozinho também.
BOM DIA - Vejo que seu show é calcado em músicas de alguns anos atrás, correto? O que acha do atual momento da música? Vc toca coisas mais atuais também?
BRUNO FELGA- "Somente o tempo pode revelar a eternidade das canções", diz a canção "Eternamente", de Tunai, Sérgio Natureza e Liliane, eternizada na voz de Gal Costa. Eu costumo dizer que música boa não tem prazo de validade e eu optei por cantar músicas boas, independente da data do lançamento. O momento atual da música é democrático, porém, complexo. Acho que tem gente fazendo música boa, mas temos que garimpar bastante. A tecnologia nos dá a oportunidade de escolher o que ouvir, e isso é bom, pois não ficamos a mercê dos veículos de massa que determinavam o estilo musical do momento. Se você sintonizar qualquer rádio FM hoje em dia, só toca sertanejo e parece que é a mesma música que está tocando o dia todo. Abro o Spotify e ouço apenas o que gosto.
BOM DIA - Tem música pra ouvir...e música pra dançar. Por exemplo, quando você toca CLUBE DA ESQUINA, tem uma poesia de excelência e uma musicalidade alta. Mas não é pra dançar. Mas você tem projetos que são pro povo balançar o esqueleto. O que lhe dá mais prazer?
BRUNO FELGA-Sou um músico de palco, de show, não gosto de fazer "música ao vivo". Aquele lance de ficar tocando pra mim mesmo, sem interação com o público, não é pra mim. Gosto de ser visto e de receber aplausos. Normalmente, gosto de interagir, fazer comunicação visual, instigar as pessoas a participarem do show, mas depende do tipo de show e do local pra que elas se sintam à vontade pra se levantarem e dançarem. Tem ambientes que são mais intimistas, outros não. Canto algumas músicas do Clube da Esquina como "Para Lennon e McCartney", "Paisagem da Janela" e "Maria, Maria" em que ninguém consegue ficar sentado. É irresistível. Mas acho que acertei nos arranjos também.
BOM DIA - E trabalhos inéditos? Projetos para singles e álbuns com música autorais ou de compositores próximos?
BRUNO FELGA-Meu próximo trabalho será inédito. Pretendo lançar um álbum com 12 faixas, como se fazia antigamente. Vou gravar canções minhas, de amigos compositores que convivi na época que trabalhei com Tunai e outros novos amigos que a música me trouxe.
BOM DIA - Vc vive exclusivamente de música?
BRUNO FELGA-Sim. Há 26 anos. Fiz meu primeiro show com 14 anos e nunca mais parei.
BOM DIA - Vc tá lançando um audiovisual, né? Conte pra gente a história desse trabalho.
BRUNO FELGA- Fui contemplado pelo Edital da Lei Aldir Blanc através da Fundação Casa de Cultura de João Monlevade, cidade que escolhi pra viver (e estou adorando!), e gravei o audiovisual "Canções do Clube e de Outras Esquinas", que será lançado nessa sexta-feira, dia 25 de julho, às 20h, no meu canal do YouTube (www.youtube.com/brunofelgaoficial). O show foi realizado no Dia das Mães, no Real Esporte Clube, tradicional na cidade, pra um público de aproximadamente 150 pessoas. Cantei 17 canções do Clube da Esquina e de outros compositores que me influenciaram como meu amigo e parceiro Tunai, Guilherme Arantes e Marina Lima. Fui acompanhado pela minha Banda F, formada por experientes músicos monlevadenses. O audiovisual ficou muito bonito e estou extremamente feliz com esse lançamento. É uma forma de manter viva a obra desses caras e apresentá-la aos novos públicos.
BOM DIA - Deixe os contatos para quem quiser contratar shows do Bruno Felga em diversos formatos.
BRUNO FELGA- Quem quiser conhecer um pouco mais do meu trabalho, basta acessar meu site oficial www.brunofelga.com.br ou meu perfil www.instagram.com/brunofelgaoficial. Será um prazer levar o meu show pra todo o estado de Minas Gerais! Muito obrigado, BOM DIA!
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