Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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06/01/2017 09h49

Medio Pira - Entrevista Ma?ra Baldaia

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<p> O primeiro MEDIOPIRA DE 2017 traz uma entrevista muito especial com uma das artistas mais promissoras dos &uacute;ltimos anos: a itabirana Ma&iacute;ra Baldaia. Embora jovem, a menina se preparou como ningu&eacute;m, fez teatro, estudou muito, &nbsp;interagiu com meio mundo e seu CD e de estreia lan&ccedil;ado no final de 2016 figura certamente entre os melhores lan&ccedil;amentos dos &uacute;ltimos anos.&nbsp; Quem me v&ecirc; falando assim pensa que estou exagerando, mas n&atilde;o estou mesmo.&nbsp; As letras, as m&uacute;sicas, os arranjos , tudo &eacute; cativante no som dessa itabirana. Portanto, meus amigos: fiquem atentos. Se ela se apresentar perto de voc&ecirc;s, n&atilde;o percam.&nbsp; Voc&ecirc;s podem estar diante da pr&oacute;xima estrela da MPB. Bagagem pra isso ela tem. Mas vamos &agrave; entrevista...</p> <p> <strong>MEDIOPIRA -</strong> Quais s&atilde;o as suas influencias primordiais, os sons que ouvia na inf&acirc;ncia?</p> <p> <strong>MA&Iacute;RA BALDAIA -</strong> Tenho muitas influ&ecirc;ncias, pois desde muito nova estive em contato com diversos sons por incentivo dos meus pais. Voltando um pouco na mem&oacute;ria chego aos disco que mais ouvi quando pequena, entre eles o &aacute;lbum Circulad&ocirc; Vivo do Caetano Veloso, ao &aacute;lbum Monjolear do D&eacute;rcio Marques e Doroty Marques, ao S&aacute; Rainha da Titane, ao Bisnetos da Fam&iacute;lia Alc&acirc;ntara Coral Afro. E da&iacute; em diante v&atilde;o se somando v&aacute;rias influ&ecirc;ncias sonoras sejam art&iacute;sticas ou despertadas por viv&ecirc;ncias no candombl&eacute;/ umbanda, viv&ecirc;ncias em uma cidade do interior repleta de poesia e ludicidade ou na capital repleta de informa&ccedil;&otilde;es e diversidades. Tudo est&aacute; &agrave; nossa volta, a natureza &eacute; uma grande inspira&ccedil;&atilde;o, as paisagens, as estradas, as fases do sol e da lua. H&aacute; m&uacute;sica em tudo!</p> <p> <strong>MEDIOPIRA -</strong> Voc&ecirc; come&ccedil;ou meio moleca, cabel&atilde;o meio sarar&aacute; e hoje exibe um visual mais enxuto, de cabelos curtos, real&ccedil;ando o rosto. Voc&ecirc; comp&otilde;e os personagens ( alma camaleoa) ou esses personagens emergem de forma natural?</p> <p> <strong>MA&Iacute;RA BALDAIA - </strong>Risos! Sim, tenho a alma camaleoa mesmo! Gosto de mudan&ccedil;as, sempre que algo muda dentro de mim tamb&eacute;m muda no meu visual e isso reflete diretamente na minha arte, pois trago no meu trabalho a minha verdade. Meu cabelo n&atilde;o era meio sarar&aacute;, era totalmente sarar&aacute;, amo meu cabelo crespo e volumoso seja solto ou tran&ccedil;ado e em breve vou voltar a us&aacute;-lo. Assumir esse cabelo natural faz parte de todo um processo de identidade, de representatividade, de aceita&ccedil;&atilde;o das ra&iacute;zes afro brasileiras e entendimento de que as belezas fora dos ditos &ldquo;padr&otilde;es&rdquo; s&atilde;o belas. Algo que aprendi &eacute; que quanto mais voc&ecirc; se ama mais bonito e aut&ecirc;ntico voc&ecirc; &eacute;, n&atilde;o &eacute; quest&atilde;o de est&eacute;tica, &eacute; quest&atilde;o amor-pr&oacute;prio e at&eacute; de pol&iacute;tica. Hoje estou careca e platinada e j&aacute; tive com o cabelo azul tamb&eacute;m. O cabelo curto traz uma liberdade e praticidade que gosto muito. Gosto de me transformar, faz parte da minha ess&ecirc;ncia.</p> <p> <strong>MEDIOPIRA -</strong> No seu novo CD, voc&ecirc; demonstra que &eacute; bem mais que uma cantora bonita. Poente &eacute; uma letra muito boa. Seu disco tem outras letras tamb&eacute;m cheias de achados po&eacute;ticos. Voc&ecirc; acha que letra de m&uacute;sica &eacute; poesia?</p> <p> <strong>MA&Iacute;RA BALDAIA -</strong> Sim, pelo menos pra mim a m&uacute;sica e a poesia est&atilde;o totalmente ligadas. Gosto muito de escrever, algumas das m&uacute;sicas nascem primeiramente na poesia e s&oacute; depois ganham melodias. As minhas m&uacute;sicas trazem o lugar de enuncia&ccedil;&atilde;o da mulher, sobretudo da mulher negra. Falam do nosso cotidiano, das alegrias, das tristezas, dos amores, das lutas, dos olhares sobre o mundo. que Eu n&atilde;o estou sozinha nessa estrada, tem diversas mulheres na composi&ccedil;&atilde;o mostrando suas vozes, quebrando padr&otilde;es e mostrando atrav&eacute;s de suas can&ccedil;&otilde;es que temos trabalhos potentes e de qualidade.</p> <p> <strong>MEDIOPIRA -</strong> Voc&ecirc; saiu de Itabira e mudou-se pra BH. O que voc&ecirc; levou de Itabira pra BH e o que leva de BH pra Itabira?</p> <p> <strong>MA&Iacute;RA BALDAIA - </strong>Me mudei de Itabira com 16 para 17 anos para buscar em Belo Horizonte estudo, trabalhos, contatos na arte. Nisso acabei ganhando grandes parcerias de arte e de vida. De Itabira veio toda poesia que corre em minhas veias, todas as minhas primeiras experi&ecirc;ncias na arte e, principalmente, um olhar sens&iacute;vel ao entorno. Isso me acompanha sempre. Em BH desenvolvi esse olhar sens&iacute;vel, me formei e comecei de fato a viver de arte, um caminho dif&iacute;cil, mas do qual n&atilde;o consigo me ver sem. Os aprendizados vividos nas duas cidades permanecem comigo em tr&acirc;nsito, estou sempre nessa ponte entre a capital e a cidade natal.</p> <p> <strong>MEDIOPIRA -</strong> Pesquisei um pouco e vi que vc tem uma forte liga&ccedil;&atilde;o com os movimentos negros, principalmente com a religiosidade. Isso continua fazendo parte da sua vida?</p> <p> <strong>MA&Iacute;RA BALDAIA -</strong> Sim, isso est&aacute; totalmente ligado &agrave; minha vida. Acredito na for&ccedil;a do coletividade que aprendemos com nossos ancestrais, eu caminho para ser melhor dentro de um todo. Eu luto atrav&eacute;s da arte e do amor para que sejamos todos iguais, cada um com suas particularidades, mas com direitos na mesma medida. E quanto &agrave; religiosidade, est&aacute; tudo a&iacute; na natureza, as for&ccedil;as que precisamos est&atilde;o a nossa volta, a prote&ccedil;&atilde;o que acredito vem de algo maior e ancestral.</p> <p> <strong>MEDIOPIRA - </strong>Seu CD faz uma ponte entre o passado e o presente, promove o di&aacute;logo do tambor com a guitarra el&eacute;trica e o som ficou bem org&acirc;nico. Foi voc&ecirc; quem produziu, escolheu repert&oacute;rio e roteiro?</p> <p> <strong>MA&Iacute;RA BALDAIA -</strong>Esse paralelo entre o ancestral e contempor&acirc;neo &eacute; presente no meu disco por ser tamb&eacute;m presente na minha vida. Est&aacute; tudo ligado, eu como ser que vive as quest&otilde;es de uma sociedade p&oacute;s-moderna conto com um olhar aprofundado nas ra&iacute;zes e nas tradi&ccedil;&otilde;es orais. Trago aprendizados que vem das mulheres matriarcas da minha fam&iacute;lia e tamb&eacute;m que vem da minha irm&atilde; mais nova. Tudo &eacute; uma coisa s&oacute; e reflete no meu trabalho enquanto est&eacute;tica, conceito, estilo. Sim, eu assino a dire&ccedil;&atilde;o art&iacute;stica desse disco, eu produzi e escolhei o roteiro que tra&ccedil;a uma dramaturgia que vai do amanhecer ao anoitecer, mas tive a dire&ccedil;&atilde;o musical generosa e extremamente necess&aacute;ria do Clayton Neri.</p> <p> <strong>MEDIOPIRA -</strong> Voc&ecirc; lan&ccedil;a seu trabalho num momento em que o mercado anda meio avesso aos trabalhos autorais. Os promotores de shows e at&eacute; de espa&ccedil;os culturais e bares d&atilde;o prefer&ecirc;ncia a m&uacute;sica cover, principalmente do g&ecirc;nero sertanejo. Como voc&ecirc; pretende fazer pra driblar essa pregui&ccedil;a mental e essa resist&ecirc;ncia ao novo?</p> <p> <strong>MA&Iacute;RA BALDAIA -</strong> Bom, n&atilde;o pretendo driblar o mercado, pretendo continuar espalhando a minha arte por onde for. N&atilde;o sei se o percebo t&atilde;o avesso assim ao trabalho autoral, apesar de ter no&ccedil;&atilde;o de que o meu disco n&atilde;o est&aacute; necessariamente inserido em determinados padr&otilde;es, mas tem um cen&aacute;rio muito interessante da m&uacute;sica independente que cresce cada vez mais no Brasil. A resist&ecirc;ncia e as dificuldades sempre estar&atilde;o postas &agrave; nossa frente, nos resta caminhar e trabalhar para que nossa m&uacute;sica chegue &agrave;s pessoas. Apresento um trabalho com muita verdade, um trabalho autoral, um trabalho independente que fala por si, aonde chegarei com ele ainda n&atilde;o sei, mas se eu conseguir tocar as pessoas que ouvirem ao ponto delas tamb&eacute;m desejarem &ldquo;espalhar essa palavra&rdquo; para outras pessoas j&aacute; est&aacute; iniciada a rede. Acredito nas conex&otilde;es.</p> <p> <strong>MEDIOPIRA -</strong> Al&eacute;m do seu projeto do CD, voc&ecirc; tem trabalhos paralelos. Fale um pouco sobre esses projetos e parcerias.</p> <p> <strong>MA&Iacute;RA BALDAIA - </strong>Al&eacute;m do meu trabalho autoral, eu toco nos grupos Tambor Mineiro e Dingoma, sendo tamb&eacute;m atriz e arte educadora. Tamb&eacute;m dialogo de forma mais intimista com a poesia, com o cinema e com a pintura.</p> <p> <strong>MEDIOPIRA -</strong> Quem quiser contratar o seu show tem de falar com quem? Deixe seus contatos pro pessoal.</p> <p> <strong>MA&Iacute;RA BALDAIA -</strong> Quem quiser contratar o show pode entrar em contato com a nossa produ&ccedil;&atilde;o atrav&eacute;s do e-mail <a href="mailto:contatomairabaldaia@gmail.com">contatomairabaldaia@gmail.com</a> . Ser&aacute; um prazer levar esse p&ocirc;r-do-sol para outros cantos.</p> <p> <strong>MEDIOPIRA -</strong> Quem quiser adquirir o bel&iacute;ssimo CD POENTE tem de fazer o que? Onde tem pro pessoal que n&atilde;o puder adquirir poder conhecer seu trabalho?</p> <p> <strong>MA&Iacute;RA BALDAIA - </strong>Para adquirir o CD f&iacute;sico basta entrar no site <a href="http://www.mairabaldaia.wixsite.com/baldaia">www.mairabaldaia.wixsite.com/baldaia</a> e na aba POENTE encontrar&aacute; todas as orienta&ccedil;&otilde;es. Tamb&eacute;m pode nos enviar mensagem na p&aacute;gina do facebook (facebook.com/mairabaldaiafanpage). Al&eacute;m disso, o disco est&aacute; dispon&iacute;vel no meu canal no YouTube e no Soundcloud, se inscreva no nosso canal e acompanhe todas as novidades.&nbsp;</p>

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