Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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21/01/2016 17h30

MPF questiona poss?vel acordo entre Uni?o e estados com mineradoras

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<p> AG&Ecirc;NCIA BRASIL</p> <p> O Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF) enviou of&iacute;cio com 19 questionamentos &agrave; Uni&atilde;o e aos governos de Minas Gerais e do Esp&iacute;rito Santo sobre a a&ccedil;&atilde;o civil p&uacute;blica de sua autoria que exige a cria&ccedil;&atilde;o de um fundo de R$ 20 bilh&otilde;es pela Samarco e suas controladoras, Vale e BHP Billiton, para repara&ccedil;&atilde;o dos danos socioambientais causados pelo rompimento da barragem de rejeitos de Fund&atilde;o, em Mariana (MG).</p> <p> Entre outros pontos, o MPF pede informa&ccedil;&otilde;es sobre os termos do acordo judicial que a Advocacia-Geral da Uni&atilde;o e os &oacute;rg&atilde;os estaduais est&atilde;o tentando firmar com as empresas respons&aacute;veis pelo desastre, na tentativa de evitar uma longa discuss&atilde;o na Justi&ccedil;a e antecipar os trabalhos de recupera&ccedil;&atilde;o nas regi&otilde;es atingidas.</p> <p> Na noite de ter&ccedil;a-feira (19), o desembargador federal N&eacute;viton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1&ordf; Regi&atilde;o, estendeu em 15 dias o prazo para o dep&oacute;sito da primeira parcela da indeniza&ccedil;&atilde;o a ser paga pela Samarco, Vale e BHP Billiton, no valor de R$ 2 bilh&otilde;es. O prazo final para o pagamento, previsto na a&ccedil;&atilde;o civil p&uacute;blica ajuizada pela Advocacia-Geral da Uni&atilde;o (AGU) no final de novembro, vencia nesta quarta-feira (20).</p> <p> Os procuradores que participam da for&ccedil;a-tarefa criada pelo MPF para investigar o rompimento da barragem de rejeitos avaliam que os acordos judiciais e extrajudiciais s&atilde;o importantes por viabilizarem a solu&ccedil;&atilde;o pac&iacute;fica dos conflitos e a ado&ccedil;&atilde;o de sa&iacute;das que valorizam o di&aacute;logo e o consenso, mas destacam que n&atilde;o pode haver d&uacute;vidas quanto ao real atendimento do interesse p&uacute;blico.</p> <p> &quot;Nossos questionamentos envolvem aspectos que precisam ser mais bem esclarecidos, pois o acordo deve atender primordialmente aos interesses da sociedade e do meio ambiente. A pressa, imprimida pela velocidade pol&iacute;tica e econ&ocirc;mica, n&atilde;o pode atropelar os direitos das comunidades atingidas e a efetiva repara&ccedil;&atilde;o ambiental&quot;, disse o procurador da Rep&uacute;blica Jos&eacute; Ad&eacute;rcio Leite Sampaio, coordenador da for&ccedil;a-tarefa, por meio da assessoria de imprensa do MPF.</p> <p> Nos &uacute;ltimos meses, houve duas reuni&otilde;es entre o Minist&eacute;rio P&uacute;blico e os representantes dos autores da a&ccedil;&atilde;o, mas, segundo a assessoria do MPF, os encontros n&atilde;o foram capazes de esclarecer alguns pontos. &ldquo;At&eacute; agora, nos pareceu uma proposta demasiadamente gen&eacute;rica, pondo em d&uacute;vida se haver&aacute; efetiva prote&ccedil;&atilde;o dos interesses fundamentais das pessoas direta e indiretamente atingidas pelo rompimento da barragem, assim como a tutela integral do meio ambiente degradado&quot;, informou o MPF.</p> <p> Outro ponto questionado &eacute; a fixa&ccedil;&atilde;o de valores para indeniza&ccedil;&atilde;o antes mesmo de os danos sociais e ambientais do desastre terem sido mensurados. A for&ccedil;a-tarefa quer saber a metodologia e o crit&eacute;rio t&eacute;cnico usados para se chegar ao valor de R$ 2 bilh&otilde;es anuais pelo per&iacute;odo de 10 anos e quais foram os estudos t&eacute;cnicos que determinaram serem necess&aacute;rios esses 10 anos para a recupera&ccedil;&atilde;o dos danos. Al&eacute;m disso, questionam como o problema ser&aacute; conduzido caso os valores necess&aacute;rios sejam superiores a R$ 20 bilh&otilde;es e os trabalhos de repara&ccedil;&atilde;o levem mais de 10 anos.</p> <p> <strong>Plano de restaura&ccedil;&atilde;o e san&ccedil;&otilde;es</strong></p> <p> O of&iacute;cio do MPF tamb&eacute;m pede esclarecimentos sobre a metodologia e detalhamento do Plano de Restaura&ccedil;&atilde;o Ambiental e as san&ccedil;&otilde;es por eventual descumprimento dos programas. Al&eacute;m disso, o MPF quer saber como se dar&aacute; a participa&ccedil;&atilde;o dos &oacute;rg&atilde;os de fiscaliza&ccedil;&atilde;o ambiental na formula&ccedil;&atilde;o e acompanhamento da execu&ccedil;&atilde;o dos planos e a participa&ccedil;&atilde;o da sociedade civil na composi&ccedil;&atilde;o do Plano de Restaura&ccedil;&atilde;o Ambiental e na condu&ccedil;&atilde;o dos trabalhos.</p> <p> O documento apresentado questiona ainda se a eventual celebra&ccedil;&atilde;o do acordo pressup&otilde;e a retomada das atividades miner&aacute;rias pela Samarco. As empresas est&atilde;o com licen&ccedil;a ambiental de opera&ccedil;&atilde;o suspensa, e o MPF entende que &eacute; preciso informar quais foram as melhorias promovidas pelas mineradoras em seu modo de produ&ccedil;&atilde;o para garantir a seguran&ccedil;a das atividades.</p> <p> Em nota, a AGU informou que a Uni&atilde;o e os estados de Minas Gerais e do Esp&iacute;rito Santo, juntamente com os &oacute;rg&atilde;os ambientais federais e estaduais, est&atilde;o abertos &agrave; constru&ccedil;&atilde;o de uma composi&ccedil;&atilde;o com as mineradoras, desde que o acordo &ldquo;viabilize a integral repara&ccedil;&atilde;o do dano ambiental &agrave;s pessoas impactadas pela trag&eacute;dia&rdquo;. Nenhum acordo ainda foi firmado. &ldquo;Nos &uacute;ltimos dias, est&atilde;o sendo realizadas reuni&otilde;es para buscar algum consenso&rdquo;, disse a AGU. Um novo encontro entre representantes das mineradores e dos autores da a&ccedil;&atilde;o est&aacute; previsto para esta tarde.</p> <p> De acordo com a AGU, nada impede o MPF de participar da composi&ccedil;&atilde;o com as empresas, caso se confirme o acordo. Haver&aacute; oportunidade para o MPF apresentar suas pretens&otilde;es e objetivos para o eventual acordo. &ldquo;Este, diga-se de passagem, &eacute; o melhor cen&aacute;rio, e todos est&atilde;o abertos &agrave; participa&ccedil;&atilde;o propositiva do Minist&eacute;rio P&uacute;blico na constru&ccedil;&atilde;o de um acordo s&oacute;lido, eficaz e que atenda &agrave; integral repara&ccedil;&atilde;o dos danos &agrave; sociedade, &agrave;s pessoas e ao meio ambiente&rdquo;, diz ainda a nota, que tamb&eacute;m destaca que a atua&ccedil;&atilde;o da Uni&atilde;o e dos estados n&atilde;o &eacute; concorrente com a do Minist&eacute;rio P&uacute;blico. &ldquo;Ao contr&aacute;rio, s&atilde;o complementares e buscam os mesmos objetivos.&rdquo;</p> <p> Para a AGU, a iniciativa dos &oacute;rg&atilde;os p&uacute;blicos com a a&ccedil;&atilde;o civil p&uacute;blica n&atilde;o compromete a atua&ccedil;&atilde;o do Minist&eacute;rio P&uacute;blico. &ldquo;Vale lembrar que o pr&oacute;prio MP j&aacute; celebrou acordo com as empresas no valor de R$ 1 bilh&atilde;o. H&aacute;, portanto, R$ 1 bi &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o do MP, decorrente do acordo com ele celebrado, que poder&aacute; ser utilizado em a&ccedil;&otilde;es emergenciais que o MP entenda relevantes. Isso n&atilde;o limitou a atua&ccedil;&atilde;o dos &oacute;rg&atilde;os p&uacute;blicos, que ajuizaram posteriormente uma a&ccedil;&atilde;o no valor de R$ 20 bilh&otilde;es e obtiveram liminar favor&aacute;vel.&rdquo;</p>

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