Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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10/06/2015 16h21

Queda no pre?o do min?rio afeta cidades de Minas

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<p> No antigo hotel que servia, at&eacute; mar&ccedil;o, de alojamento para cerca de 350 terceirizados do setor de extra&ccedil;&atilde;o de ferro, restam apenas um secret&aacute;rio e uma faxineira. A energia foi cortada, e o telefone n&atilde;o pode receber liga&ccedil;&otilde;es.</p> <p> O pr&eacute;dio fica no Alto dos Pinheiros, em Itabira (MG), um dos maiores produtores do min&eacute;rio no Estado, afetado pela queda de arrecada&ccedil;&atilde;o &ndash;R$ 19 milh&otilde;es a menos que os R$ 85 milh&otilde;es esperados entre janeiro e fevereiro&ndash; com a venda do min&eacute;rio de ferro e desemprego.</p> <p> De acordo com dados do Minist&eacute;rio do Trabalho, neste ano foram 136 contratados para trabalhar diretamente com extra&ccedil;&atilde;o mineral, ante 450 demiss&otilde;es &ndash;n&uacute;mero que n&atilde;o leva em conta empresas que trabalham indiretamente no setor, como pequenas empreiteiras.</p> <p> Os cortes, aliados ao an&uacute;ncio de que a Vale teve preju&iacute;zo de R$ 9,5 bilh&otilde;es no primeiro trimestre e a boatos de que as minas mais caras da regi&atilde;o seriam fechadas, fazem os moradores temer que Itabira vire cidade fantasma.</p> <p> De maio do ano passado a abril de 2015, o Brasil demitiu quase 10 mil pessoas a mais do que contratou na minera&ccedil;&atilde;o, o maior n&uacute;mero ao menos desde 2004.</p> <p> O freio nas contrata&ccedil;&otilde;es &eacute; puxado pela recess&atilde;o nacional e pela redu&ccedil;&atilde;o do crescimento chin&ecirc;s, que passou a comprar menos. O min&eacute;rio de ferro, carro-chefe da ind&uacute;stria itabirana, responde por 73% das exporta&ccedil;&otilde;es minerais, segundo o DNPM (Departamento Nacional de Produ&ccedil;&atilde;o Mineral).</p> <p> &ldquo;Estamos com um quadro de excesso de oferta de min&eacute;rio. Produzimos mais, mas o pre&ccedil;o, que chegou a US$ 110 a tonelada em 2013, deve chegar a US$ 45&Prime;, diz o economista Adriano Porto, da UFMG. As demiss&otilde;es, diz, ajustam o mercado &agrave; nova realidade.</p> <p> &nbsp;</p> <p> Em Minas, al&eacute;m de Itabira, cidades como Arax&aacute; e Ouro Preto enfrentam consecutivos meses com desemprego maior que admiss&otilde;es no setor, assim como Po&ccedil;os de Caldas, produtora de bauxita, min&eacute;rio do alum&iacute;nio.</p> <p> <strong>&lsquo;DE FERRO&rsquo;</strong></p> <p> Conhecida por ser o ber&ccedil;o da Vale e a cidade &ldquo;de ferro&rdquo; dos versos de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), Itabira agora busca solu&ccedil;&otilde;es para diminuir a depend&ecirc;ncia da empresa.</p> <p> No &uacute;ltimo m&ecirc;s, um movimento organizado por sindicatos, comerciantes e igrejas fez protestos contra os desligamentos. As demiss&otilde;es, diz o movimento, afetaram toda a economia do munic&iacute;pio, em um efeito cascata.</p> <p> &ldquo;Tivemos uma queda de 20% a 30% nas vendas desde o in&iacute;cio do ano&rdquo;, afirmou Maur&iacute;cio Martins, presidente da C&acirc;mara de Dirigentes Lojistas itabirana.</p> <p> Dono de uma imobili&aacute;ria, Sidney Lage afirma que assinava cerca de 20 contratos de aluguel por m&ecirc;s, principalmente para trabalhadores ligados &agrave; minera&ccedil;&atilde;o. Em maio, foram apenas dois.</p> <p> Ap&oacute;s os protestos, o sindicato dos trabalhadores da categoria se reuniu com a Vale e afirma ter acordado que, de junho ao fim do ano, a rotatividade na regi&atilde;o n&atilde;o passe de 2,5%.</p> <p> Procurada, a mineradora n&atilde;o comentou a reuni&atilde;o. Em nota, disse que mant&eacute;m uma rotatividade &ldquo;bem abaixo da m&eacute;dia da ind&uacute;stria brasileira de minera&ccedil;&atilde;o e siderurgia, que &eacute; de 15%&rdquo;.</p> <p> O comunicado diz ainda que, com a conclus&atilde;o de dois projetos em Itabira, or&ccedil;ados em US$ 2,6 bilh&otilde;es, houve &ldquo;redu&ccedil;&atilde;o do ritmo de obras&rdquo; e um &ldquo;processo natural&rdquo; de desligamentos de terceirizados, previsto desde a contrata&ccedil;&atilde;o das empresas.</p> <p> <strong>NO PAR&Aacute;</strong></p> <p> Embora tenha um saldo positivo de 4% no crescimento do emprego nos &uacute;ltimos 12 meses, as mineradoras do Par&aacute; tamb&eacute;m demitiram mais do que admitiram desde o in&iacute;cio do ano. O Estado &eacute; o segundo maior produtor de min&eacute;rios do Brasil.</p> <p> Na expectativa da principal cidade mineradora do Estado, Parauapebas, a tend&ecirc;ncia &eacute; que a queda continue.</p> <p> A prefeitura j&aacute; fala que espera uma arrecada&ccedil;&atilde;o 30% menor em 2015. &ldquo;&Eacute; culpa da retra&ccedil;&atilde;o no mercado asi&aacute;tico, por causa do pre&ccedil;o do min&eacute;rio de ferro. H&aacute; uma onda consider&aacute;vel de demiss&otilde;es porque temos que diminuir a promo&ccedil;&atilde;o&rdquo;, diz Marcel Nogueira, secret&aacute;rio de Comunica&ccedil;&atilde;o do munic&iacute;pio.</p> <p> Ainda assim, a cidade, localizada no sop&eacute; da serra dos Caraj&aacute;s, teve 850 contratados a mais que demitidos &ndash;uma varia&ccedil;&atilde;o positiva de quase 9%&ndash; desde maio do ano passado. Parauapebas recebe 22% da compensa&ccedil;&atilde;o financeira pela explora&ccedil;&atilde;o de recursos minerais do pa&iacute;s, de acordo com o DNPM.</p> <p> O min&eacute;rio da cidade &eacute; qualificado pela Vale como &ldquo;o melhor do mundo&rdquo; e tem processo de beneficiamento mais barato que o mineiro.</p> <p align="right"> <em>Fonte: Jornal Floripa / Por Marcelo Villela</em></p>

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