Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

notícias

16/06/2014 23h16

Lusco Fusco - Cozinha da Copa

Compartilhe
<p> A Copa rola solta meus amigos. Uma decep&ccedil;&atilde;o para quem insistiu no #N&atilde;oVaiTerCopa. Um deleite para quem aprecia a gorduchinha deslizar pelo tapete verde. Grandes jogos, belos gols, turistas a sair pelo ladr&atilde;o, todo mundo sorrindo nesse pa-tro-pi de Jorge Ben e companhia. Ah!, como queria regressar &agrave; &eacute;poca de estudante, tempo em que as responsabilidades eram insuspeitamente mais leves, para apreciar cada detalhe, cada coment&aacute;rio, cada lan&ccedil;amento, cada cara bonita da arquibancada, cada segundo desse espet&aacute;culo que, de maneira apressada, alguns, governo inclusive,&nbsp; j&aacute; chamam de &ldquo;Copa das Copas&rdquo;. Ainda n&atilde;o, muchachos. Aguardemos o desenrolar dessa jogada.</p> <p> Mesmo atarefado em demasia, confidenciei &agrave; esposa que gostaria de viver a Copa de forma diferente, n&atilde;o apenas pela TV. Ora, sabe quando voc&ecirc; desiste de sair em um s&aacute;bado &agrave; noite e tem a certeza de que est&aacute; perdendo a melhor festa de todos os tempos? Pois &eacute;, me sentia exatamente assim. Pensava: a rua abarrotada de novidades, cheia de gente &ldquo;importada&rdquo;, algumas delas importantes, o maior clim&atilde;o de carnaval fora de &eacute;poca, e eu plasmado como uma jiboia depois de devorar um bezerro.</p> <p> Fui obrigado a desrespeitar um preceito que sigo h&aacute; anos. Defendo que o melhor lugar para se assistir ao futebol &eacute; o sof&aacute; de casa (que fique claro: apenas quando n&atilde;o h&aacute; a op&ccedil;&atilde;o de se sentar na arquibancada). Gosto de prestar aten&ccedil;&atilde;o, entender a partida. Al&eacute;m disso, em botecos acabo entornando o caneco e o jogo se transforma em adere&ccedil;o. A conversa fiada sobrep&otilde;e-se &agrave; narra&ccedil;&atilde;o, o que, em alguns casos, &eacute; uma ben&ccedil;&atilde;o, reconhe&ccedil;o.</p> <p> Na estreia da Canarinho (reafirmo: acho que tem cancha de campe&atilde;, ao lado de Argentina e Alemanha) desloquei-me para um bar em busca do barulho da rua. Ambiente meio vazio, R$ 20 pra entrar com direito &agrave; galinhada, samba das antigas nos pandeiros e cu&iacute;cas. O diacho foram as cinco ou seis cacha&ccedil;as mescladas aos litros de cerveja. Fiquei meio a&eacute;reo, o jogo se desenrolava e eu olhava ora para a tela, ora para a mesa, sem saber ao certo o que ocorria. Depois de tudo terminado, com gol roubad&iacute;ssimo, diga-se, pedi minha galinhada e fui informado que o pacote s&oacute; era v&aacute;lido durante o embate. Deu briga, ou melhor, discuss&atilde;o. Acabei me contentando com um mexid&atilde;o na faixa.</p> <p> No s&aacute;bado pela manh&atilde; dei uma volta por BH. Descobri que colombianos s&atilde;o iguais a cachorro e Coca-Cola: tem em todo lugar. Por alguns dias, o espanhol foi mais ouvido e &ldquo;hablado&rdquo; pela &ldquo;calles&rdquo; da capital das Alterosas do que o pr&oacute;prio mineir&ecirc;s. O portugu&ecirc;s h&aacute; muito foi esquecido por estas bandas. Tudo, ao que parece, correu tranquilamente na primeira partida da Copa que Belo Horizonte recebeu. Pelo que li, a malandragem registrada na entrada do Mineir&atilde;o foi obra e sapecagem dos pr&oacute;prios visitantes. Falo de roubo de ingressos e furtos de pequeno porte. Colares e pulseirinhas voaram.</p> <p> No domingo, resolvi despencar na Savassi para apreciar a estreia da Argentina, sele&ccedil;&atilde;o para a qual n&atilde;o desperdi&ccedil;o minhas preces, ao contr&aacute;rio de grande parte da massa alvinegra. O que vi foi uma festan&ccedil;a muito da boa, gringos entornando hectolitros de &aacute;lcool, m&uacute;sicas tradicionais da Am&eacute;rica hisp&acirc;nica ecoando na pra&ccedil;a, dan&ccedil;as feias, bailados charmosos, c&acirc;nticos poderosos e bandeiras e camisas da Col&ocirc;mbia e da sele&ccedil;&atilde;o &ldquo;herm&acirc;nica&rdquo;. E aquela falazada sem limites. E muitos cabelos semicompridos.</p> <p> De ruim, apenas uns engra&ccedil;adinhos que me chamaram de Maradona (o que no fundo &eacute; massa) e um chileno filho da puta, ou colombiano, n&atilde;o deu pra saber, que roubou meu lugar na l&oacute;gica. Perguntou se eu estava sentado. Eu disse, de p&eacute;: &ldquo;Sim&rdquo;. Ele, de novo, perguntou, j&aacute; com o olhar inquisidor: &ldquo;Est&aacute; sentado?&rdquo; A&iacute;, fui obrigado a dizer: &ldquo;Agora n&atilde;o&rdquo;. Ele se sentou no resto de espa&ccedil;o que sobrava no banquinho. Sou muito bobo nessas horas, falta-me a f&uacute;ria de Francisco Pizarro.</p> <p> Bem, por enquanto, &eacute; isso. E hoje, dia de jogo do Brasil, para n&atilde;o escapar da tradi&ccedil;&atilde;o, segue minha fezinha: Brasil 5 x 1 M&eacute;xico. Apostei no bol&atilde;o do servi&ccedil;o esse placar. O &uacute;nico que pode me dar o pr&ecirc;mio sozinho. Tor&ccedil;amos amigos. &nbsp;</p>

Bom Dia Online- Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.

by Mediaplus