Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

notícias

12/03/2023 09h58

O SURFISTA PRATEADO PODIA NOS DAR UMAS AULAS...

Compartilhe
<div id="/uploads/imagem_arquivo/660325_surfistaprateado.jpg" style="float:left; margin-top:10px; margin-bottom:5px; width:645px;"> <img alt="Z" class="3" height="397.899305556" name="660325_surfistaprateado.jpg" src="/uploads/imagem_arquivo/660325_surfistaprateado.jpg" style="float:left;" title="Z" width="645" /></div> <div style="float: left; margin-top: 10px; margin-bottom: 5px; width: 645px; text-align: justify;"> <span style="font-size: 14px; text-align: justify;">Quando chega uma onda nova, sobrevive quem consegue ficar de p&eacute; sobre a prancha. &Eacute; surfar ou morrer afogado. Adapta&ccedil;&atilde;o &eacute; uma das faculdades humanas, mas s&oacute; os mais aptos sobrevivem. Eu falo isso de uma maneira geral, mas principalmente para quem lida com m&uacute;sica. &Eacute; percept&iacute;vel que mudou a maneira como as pessoas lidam com a m&uacute;sica. Essa que j&aacute; foi considerada a m&atilde;e das artes, tornou-se banal, funcional, soft. O ato de ouvir m&uacute;sicas mudou de forma radical. Ningu&eacute;m liga muito pros suportes. N&atilde;o vejo audi&ccedil;&otilde;es de m&uacute;sica com aparelhos de som de excel&ecirc;ncia, com caixas maiores, com mais qualidade. Usa-se muito mini fones que tem um som um pouco melhor. Mas os suportes s&atilde;o dos pequenos aparelhos, dos proprios celulares, notebooks e pads at&eacute; a pequenas caixas bluetooth. Nesse cen&aacute;rio, fazer m&uacute;sica autoral n&atilde;o t&aacute; f&aacute;cil. Na verdade, nunca foi. Pessoal quando vai aos shows prefere saber as letras das m&uacute;sicas pra cantar junto. Prefere os covers. Al&eacute;m do mais, &eacute; tanta m&uacute;sica boa j&aacute; pronta. Pra que mais m&uacute;sicas se j&aacute; temos tantas? S&atilde;o d&eacute;cadas e d&eacute;cadas de lan&ccedil;amentos. Hoje em dia devem ser lan&ccedil;adas por minuto milhares e milhares de m&uacute;sicas. Ser&atilde;o milh&otilde;es?O acervo do pop, desde os anos 50 est&aacute; todo dispon&iacute;vel. E como nossa popula&ccedil;&atilde;o vem amadurecendo, os maduros tem l&aacute; seus revivals, seus retornos moment&acirc;neos aos momentos de mocidade, quando curtiam m&uacute;sicas que embalavam beijos e aventuras. Depois o rock chegou e tornou-se o estilo mais popular do planeta, com doses cavalares de rebeldia, irrever&ecirc;ncia e sensualidade. O problema &eacute; que o jovem fica v&eacute;i e careta. Com o tempo a virilidade d&aacute; lugar &agrave; maturidade e a raiva d&aacute; lugar &agrave; estrat&eacute;gia. E essa vis&atilde;o inspira outros discursos. O marketing e o mercado tem esse imperativo, de lan&ccedil;ar I PHONE novo todo ano, o carro do ano...e os artistas do ano tamb&eacute;m. A m&uacute;sica da juventude &eacute; quase fisiol&oacute;gica. Na juventude, o pessoal fala dos romances, dos beijos, das paix&otilde;es, trai&ccedil;&otilde;es, de sexo, de viagens, festas e pequenas loucuras. Na maturidade os compositores continuam produzindo. O artista nunca para de criar e espelhar seu tempo. O problema &eacute; que o p&uacute;blico maduro permanece musicalmente no que ouvia na juventude. N&atilde;o aprecia o vocabul&aacute;rio chula do funk ou as sofr&ecirc;ncias do novo pop sertanejo romantico. Conte&uacute;do produzido pra esse p&uacute;blico ainda &eacute; incipiente. Existe oportunidade a&iacute;. Nos dias de hoje tudo nichou. O grande desafio &eacute; conseguir e reter a aten&ccedil;&atilde;o das pessoas. S&atilde;o milhares de artistas tentando conquistar um lugarzinho nos cora&ccedil;&otilde;es dos f&atilde;s. As m&iacute;dias de massa ainda canonizam. Experimente ir num show do F&aacute;bio Jr pra sentir. V&aacute;rias m&uacute;sicas de abertura de novela. O cara virou um santo. Clima quase espiritual. Os artistas glorificados pela m&iacute;dia tem grande perenidade junto ao p&uacute;blico. Artistas como Osvaldo Montenegro n&atilde;o est&atilde;o presentes nas tvs, mas fazem shows e lan&ccedil;am novos trabalhos. Os artistas alternativos tamb&eacute;m criam seus eco sistemas e conseguem fazer escala dentro da tribo. E dessas cenas, desses caldos, sempre aparecem alguns super seres que conseguem escalar e chegar ao estrelato, fecundam o &oacute;vulo da gl&oacute;ria e se tornam astros, artistas adorados por todos, entram para o olympo da m&uacute;sica. O caminho at&eacute; &agrave; fama &eacute; tortuoso. &Eacute; uma disputa insana com zilh&otilde;es de concorrentes. Muitas vezes conta mais o timming e a esperteza que intelig&ecirc;ncia ou velocidade. Estar no lugar certo na hora certa ajuda. Se pensarmos bem, sempre foi assim. Mudam apenas os suportes. No inicio s&oacute; havia shows, depois vieram o r&aacute;dio e a tv, depois os Lps, fitas k7, cd e agora, tudo na nuvem. Ent&atilde;o meus amigos, qual a melhor prancha pra surfar nas nuvens? Vamos chamar o surfista prateado pra nos ajudar?</span></div>

Bom Dia Online- Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.

by Mediaplus