14/04/2022 09h41
O vozeir?o que ecoava na cidade
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Admirava muitas coisas nela. Várias de suas características e marcas registradas me encantavam, entre elas e em primeiro lugar, seu vozeirão, que mesmo longe dos microfones e palcos, numa conversa informal ou banal, chamava a atenção. Depois vinham sua elegância, educação, carisma e um perfume que inebriava os ambientes por onde passava. Falo da inesquecível Neide Roberto, talentosa cantora e funcionária pública monlevadense que faria aniversário no último dia 24 de março, como foi bem lembrado nas redes sociais pelo nosso também talentoso músico Rômulo Ras, seu sobrinho. Neide nos faz sentir saudades.</div>
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Lá pelos meados da década de 1980, ao visitar minha mãe na Prefeitura ou por lá passar depois da aula para irmos embora juntos, tinha sempre o prazer de encontrá-la, colegas de trabalho e grandes amigas que sempre foram. Encantava-me seu vozeirão potente e limpo ao se dirigir a mim, pronunciando com esmero cada sílaba, se expressando com a facilidade dos locutores e apresentadores de rádio e TV, mas de forma natural, nada forçada. </div>
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Também admirava seu talento ao interpretar belíssimas canções ao longo da vida, conduzindo uma bela carreira artística que, a meu ver, merecia e poderia ter ido mais longe. Inclusive, me desculpem os críticos mais agudos, mas Neide, para meu universo infanto-juvenil, nada devia a estrelas de primeira grandeza e renome nacional, como Ângela Maria, Eliseth Cardoso, Dolores Duran e outras mais. Entre as lembranças que tenho dela, me vem uma apresentação maravilhosa no Bar e Restaurante Alvorada, na avenida Getúlio Vargas, quando o local estava no auge, para a qual fui levado pelos meus pais e fiquei deslumbrado com aquela voz que parecia querer sair do ambiente fechado e ganhar todas as ruas da cidade naquela noite. Outra lembrança é de um disco compacto duplo de vinil gravado por ela e guardado a sete chaves por mim, então uma criança, com o cuidado que só a admiração nos faz valorizar um objeto. Na capa, para alimentar ainda mais meu orgulho, um autógrafo da cantora. Lá ficava ele, muito bem guardado e dividindo espaço com uma coleção inusitada para alguém daquela idade, em meio a Lupicínio Rodrigues, Rolando Boldrin, Vinicius de Morais, Luiz Ayrão, Nat King Cole e outros.</div>
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Definitivamente, andamos precisando da luz, alegria, talento e energia de pessoas como Neide Roberto. Um vozeirão que ecoava e parecia querer tomar as ruas da cidade. O carisma e a elegância que ocupavam os ambientes. </div>
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Viva Neide Roberto!</div>