23/10/2020 07h44
Ap?s 46 anos, Centec-Liber anuncia paraliza??o das aulas em 2021
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João Monlevade - Depois de 46 anos, o Colégio Centec-Liber, um dos mais tradicionais de João Monlevade, fecha as portas, se juntando a outras escolas que estão vendo o apagar das luzes durante a pandemia. </div>
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O anúncio foi divulgado nesta terça-feira (20), por meio de nota da Rede Doctum, entidade mantenedora das escolas. Um dos motivos do fechamento das unidades seria inadimplência, agravada nos últimos meses. </div>
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“(...) informamos que a oferta dos serviços educacionais do Centec e do Colégio Liber será suspensa em 2021. Reformulamos a proposta pedagógica das escolas e buscamos durante este ano, um espaço físico que atendesse a essa nova proposta para João Monlevade. No entanto, não conseguimos viabilizar para implantação da escola em 2021. Cumpriremos todo nosso compromisso durante o ano de 2020 até o último dia, com a mesma dedicação e alegria em ensinar, e daremos todo apoio necessários aos alunos e equipe administrativa e pedagógica neste tempo de transição”, consta na nota.</div>
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A Doctum manterá apenas os cursos de graduação e pós-graduação. Segundo o comunicado, haverá ampliação de oferta de cursos, agora com foco na área da saúde. “Estamos empenhados na remodelação do projeto educacional (...) e teremos em 2022, uma nova escola em espaços adequados e que colaborar com o processo de ensino aprendizagem. (...) O compromisso da Rede Doctum com a comunidade de João Monlevade será fortalecida (...) com os cursos de graduação e pós-graduação e com os novos investimentos para os cursos na área de saúde na cidade”, traz o texto. </div>
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No comunicado as pais e alunos, a instituição informou que a pandemia do coronavírus impossibilitou investimentos na estrutura da escola. “Reforçamos que a suspensão da oferta da Educação Básica acontecerá apenas em 2021. Faremos os investimentos necessários para oferecermos a melhor proposta educacional do mercado, com espaço físico que permita desenvolver plenamente o projeto pedagógico diferenciado e inovador criado para este novo momento mundial”.</div>
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Pais foram pegos</div>
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de surpresa</div>
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A maioria dos pais que têm filhos no Centec-Liber foram pegos de surpresa com o anúncio do fechamentos da escola. Muitos lamentam o ocorrido. A professora universitária, Jussara Aparecida de Oliveira Cotta, é uma delas. Ela tem um filho no 3º ano do ensino fundamental. A educadora enalteceu o ensino oferecido pelo Liber e destacou o comprometimentos dos funcionários. Ela, que acompanhou os estudos de uma irmã no Centec se diz entristecida com toda situação. “Nenhum pai quer receber esta notícia, ainda mais quando você tem um respeito imenso pela instituição e pelo trabalho dos profissionais que estão ali. Sabemos que nós teremos perdas na formação de nossos filhos. Eu, como educadora, acredito que a educação pode mudar o ser humano e acreditava muito na instituição e principalmente no trabalho dos profissionais. Não sei o que sinto mais, se é a perda do meu filho ou dos profissionais que ali estavam trabalhando em prol da educação”, disse.</div>
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Para o próximo ano, Jussara conta que os pais estão se mobilizando para que as crianças continuem estudando juntas. “Meu filho está na escola desde o 1º ano. Nós pais estamos pensando em manter as crianças numa mesma unidade. Estamos conversando com outras instituições e vendo outras propostas. Não tenho nada a reclamar do Liber, ao contrário. Sei que o fechamento envolve outras questões que talvez a gente não possa compreender”, falou. </div>
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Incertezas após 33 anos de trabalho</div>
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Dona Rosane ou tia Rosane Grijó, professora do 1º ano do ensino fundamental, fala com tristeza sobre o fechamento da escola. Há 33 anos como educadora, ela lembra de várias transições pela qual a unidade passou, de uma gestão para outra, até chegar à mantenedora Doctum. </div>
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Rosane destaca que todos foram pegos de surpresa com o anúncio do término das atividades. Ela disse que os professores e a direção já estavam fazendo planejamentos para o próximo ano. “Agora, é preparar para um novo ciclo”, pontuou a educadora que acrescentou: “vejo com muita tristeza tudo isso, sempre buscamos inovar, fomos destaque e referência em educação, não só em João Monlevaede, como nas cidades da região”. </div>
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Com carinho, a educadora enalteceu os projetos pedagógicos desenvolvidos ao longo das três décadas, os colegas de trabalho, alunos e ex-alunos. Enfática, ressaltou que acreditava que as questões financeiras seriam mais um obstáculo a ser superado, dentro tantos outros. No entanto, não foi o que ocorreu.</div>
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História</div>
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O Centro Tecnológico Dr. Joseph Hein - Centec, começou suas atividades em 1974 e foi mantido pela Fundação Educacional e Cultural de João Monlevade (Funcec) até 2014, quando integrado à Rede de Ensino Doctum. A partir, a Educação Básica (berçário ao 5º ano) foi transferido para um imóvel no bairro de Lourdes e as demais séries (até o Ensino Médio) permaneceram na Vila Tanque. As escolas tinham juntas cerca de 230 alunos e aproximadamente 30 profissionais.</div>
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