Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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15/07/2020 09h56

ECA tem tr?s d?cadas de avan?os

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<p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-align: justify; text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;"> H&aacute; exatos 30 anos, era sancionada a Lei n&ordm; 8.069, conhecida como Estatuto da Crian&ccedil;a e do Adolescente (ECA), que prev&ecirc; direitos e deveres para meninos e meninas com menos de 18 anos, em todo o Brasil. A legisla&ccedil;&atilde;o &eacute;, hoje, refer&ecirc;ncia na garantia de educa&ccedil;&atilde;o, sa&uacute;de, prote&ccedil;&atilde;o integral e de medidas socioeducativas para o adolescente que pratica ato infracional, afirmam os especialistas na &aacute;rea.</p> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-align: justify; text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;"> &quot;Os avan&ccedil;os foram muitos, mas os desafios continuam. Desde ent&atilde;o, para citar um exemplo, as vidas de muitas crian&ccedil;as que viviam em orfanatos e em outros locais de abandono mudaram para melhor&quot;, comemora a ju&iacute;za Riza Nery, coordenadora do Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA-BH).</p> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-align: justify; text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;"> O pr&oacute;prio CIA-BH surgiu 18 anos ap&oacute;s a implementa&ccedil;&atilde;o do estatuto para agilizar e dar maior efetividade &agrave; responsabiliza&ccedil;&atilde;o do adolescente envolvido em ato infracional. Na capital mineira, o centro integrado concentra, desde ent&atilde;o, em um &uacute;nico espa&ccedil;o f&iacute;sico, uma equipe composta por representantes das pol&iacute;cias Civil e Militar, Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo, Minist&eacute;rio P&uacute;blico, Defensoria P&uacute;blica, Prefeitura Municipal e Tribunal de Justi&ccedil;a de MInas Gerais (TJMG).</p> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-align: justify; text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;"> &quot;O estatuto foi um marco na luta pela prote&ccedil;&atilde;o da inf&acirc;ncia e juventude no pa&iacute;s&quot;, explica a ju&iacute;za Riza Nery.</p> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-align: justify; text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;"> Relat&oacute;rio anual do CIA-BH de 2019 indicou que pouco mais de 6,3 mil adolescentes deram entrada no centro integrado, um n&uacute;mero que representa quase mil adolescentes a menos na compara&ccedil;&atilde;o com o ano anterior.</p> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-align: justify; text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;"> <strong style="text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;">Prote&ccedil;&atilde;o</strong></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-align: justify; text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;"> Inspirado na Constitui&ccedil;&atilde;o Federal de 1988 e na Conven&ccedil;&atilde;o sobre os Direitos da Crian&ccedil;a e do Adolescente de 1989, o ECA representou uma mudan&ccedil;a na garantia dos direitos infantojuvenis no Brasil, especialmente com a institui&ccedil;&atilde;o dos Conselhos Tutelares, a cria&ccedil;&atilde;o da figura da medida de prote&ccedil;&atilde;o e a regulamenta&ccedil;&atilde;o de procedimentos na &aacute;rea da ado&ccedil;&atilde;o.</p> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-align: justify; text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;"> <span style="line-height: 1.6; text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;">A desembargadora Val&eacute;ria Rodrigues Queiroz, superintendente da Coordenadoria da Inf&acirc;ncia e da Juventude (Coinj) do TJMG, ressalta que &quot;na &aacute;rea da prote&ccedil;&atilde;o, novas leis que alteram os artigos do Estatuto vieram, como, por exemplo, a Lei da Primeira Inf&acirc;ncia e a Lei do Depoimento Especial, que trata das crian&ccedil;as e adolescentes v&iacute;timas ou testemunhas de qualquer tipo de viol&ecirc;ncia&quot;, disse.</span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-align: justify; text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;"> Juristas afirmam que a legisla&ccedil;&atilde;o anterior, o C&oacute;digo de Menores, tratava a crian&ccedil;a e o adolescente em igualdade de condi&ccedil;&otilde;es a outros infratores adultos, e o ECA passou a defender que o ser humano precisa de prote&ccedil;&atilde;o especial durante os anos em que est&aacute; a caminho da maturidade biol&oacute;gica e emocional.</p> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-align: justify; text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;"> <strong style="text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;">Responsabilidade solid&aacute;ria</strong></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-align: justify; text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;"> &quot;Foram criadas responsabilidades solid&aacute;rias, ou seja, um modelo jur&iacute;dico voltado para a prote&ccedil;&atilde;o integral de crian&ccedil;as e adolescentes, que passa a ser, efetivamente, responsabilidade da fam&iacute;lia, do poder p&uacute;blico e da sociedade&quot;, ressalta o juiz Jos&eacute; Hon&oacute;rio de Rezende, da Vara C&iacute;vel da Inf&acirc;ncia e Juventude de Belo Horizonte.</p> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-align: justify; text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;"> Para ele, a educa&ccedil;&atilde;o de uma crian&ccedil;a depende de todos, pois vai afetar a constru&ccedil;&atilde;o da sociedade. &quot;Essa divis&atilde;o de responsabilidades foi a grande mudan&ccedil;a implementada em favor das crian&ccedil;as e dos adolescentes&quot;, disse.</p> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-align: justify; text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;"> Apesar da idade, a legisla&ccedil;&atilde;o de 30 anos em favor da prote&ccedil;&atilde;o dos jovens &eacute; ainda pol&ecirc;mica, mas agrada juristas, professores, pais e estudiosos da &aacute;rea, especialmente, em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; efetividade de direitos e na promo&ccedil;&atilde;o e prote&ccedil;&atilde;o integral dos jovens.</p> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-align: justify; text-shadow: none !important; box-shadow: none !important;"> &quot;Vale registrar que o ECA &eacute;, possivelmente, uma das leis mais bem adequadas para nosso pa&iacute;s. Os ataques &agrave; lei quase sempre surgem de quem nunca a leu, n&atilde;o a compreende ou deixou de explorar crian&ccedil;as e adolescentes a partir da sua cria&ccedil;&atilde;o&quot;, definiu o professor e doutor em Ci&ecirc;ncias Sociais pela Unicamp, Rud&aacute; Guedes Ricci.</p>

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