13/09/2019 09h23
ENTREVISTA COM GUILHERME NASSER
ENTREVISTA COM GUILHERME NASSER
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O Bom Dia hoje foi ouvir outro possível candidato a prefeito de João Monlevade, Guilherme Nasser. Guilherme é vereador a diversos mandatos e é citado em diversas pesquisas. Amadureceu bastante nos últimos anos e vem se preparando, trabalhando muito junto as comunidades. Ele tem tido uma postura crítica com relação ao governo e depois de anos ligado aos grupos dos Torres e dos Moreira, parece trilhar um caminho próprio, independente. Mas vamos à entrevista...</p>
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BOM DIA - O que você sonha para João Monlevade? O que você acha que precisa ser feito para que a cidade dê um salto de desenvolvimento?</div>
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Nossa cidade é referência em na região. Prova disso é o grande número de cidadãos dos municípios vizinhos que aqui vem para realizar compras, contratar serviços, realizar consultas, gerando renda aqui. Minha determinação ou sono é que nossa cidade assuma esse papel protagonista, melhore sua infraestrutura, modernize a sua máquina administrativa e, sobretudo, que deixemos questões partidárias ou pessoais de lado em favor no melhor para a cidade como um todo. João Monlevade precisa de uma gestão baseada em progresso e desenvolvimento, não em manutenção de poder e comando. O desenvolvimento deve ser contínuo, independente de quem esteja à frente da Prefeitura. É necessária uma aliança pelo bem da cidade, não definida por partidarismo ou grupos. </div>
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BOM DIA - Você ultimamente tem sido mais independente, mais crítico com relação aos atos de governo. Essas desavenças significam ruptura ou são questões pontuais?</div>
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Sinceramente, de minha parte não há desavenças com quem quer que seja. A questão é que o meu compromisso maior é com a população como um todo. Tenho claro que o que está errado precisa ser denunciado, destacado, da mesma forma que o que está bom precisa ser elogiado. Não posso mudar meu discurso ou minha postura pensando em partidos ou grupos. Nossa cidade é muito maior que isso. E outra: como vamos melhorar se fingirmos que está tudo bem? A crítica tem esse papel de apontar caminhos, permitir a análise e correção de falhas. Todos podemos melhorar, independentemente de onde estejamos. Não penso nisso de grupo A ou B, precisamos pensar no que é realmente melhor para cidade e as pessoas que nela estão.</div>
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BOM DIA - Você sempre foi muito ligado à família Torres. A amizade perdura? Pode ser que seja candidato com apoio do Mauri e dos filhos?</div>
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Minha amizade com a família Torres veio antes da política e se mantém independente dela. O respeito que tenho por eles e pelo que fizeram e fazem por Monlevade e região é imutável. Se terei o apoio da família Torres ou não, creio que ela é quem deve dizer. Mas sei que, independente disso, nós sempre vamos buscar e trabalhar pelo que acreditamos ser o melhor para a nossa população, quer seja caminhando juntos ou não. Não seremos jamais oposição à Monlevade.</div>
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BOM DIA - Houve notícias de você esteve conversando com o pessoal do PSL.Cogita a ida para outro partido ou a tendência é de ficar no PSDB mesmo?</div>
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Fiquei muito honrado com o convite formalmente feito pelo PSL, e eles tem tido uma participação política cada vez mais atuante. Sobre o PSDB, a julgar até mesmo pelas recentes declarações de algumas de suas lideranças, não posso negar que a saída dessa legenda seja uma possibilidade. Mas, claro, observando os prazos e limites da lei eleitoral. </div>
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BOM DIA - Qual a leitura você faz do cenário? Acha que teremos muitos candidatos ou acha que no final vai afunilar e ficarão apenas 2 grupões disputando a prefeitura? </div>
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Penso ser muito cedo ainda para esse tipo de análise. Há muita coisa para acontecer até as eleições do ano que vem. O que temos observado até aqui, de fato, é que há muitos possíveis candidatos manifestando essa intenção. Isso leva a acreditar que não ficaríamos restritos a apenas dois grupos, mas, como disse, muita coisa ainda pode acontecer. Ainda é um cenário aberto.</div>
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BOM DIA - Com relação à polêmica sobre o trânsito no centro da cidade. Houve muitas críticas e procedentes, pois não se pode usar dinheiro público pra ficar fazendo experiências. Mas a cidade já convive com problemas de trânsito há anos e pelo menos até hoje não conseguiu resolver. Não tá faltando diagnóstico e receita? Por que esse problema se prolonga tanto?</div>
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Trânsito não é achismo. É técnica, é projeto, é ciência. Não dá para aceitar amadorismo numa questão como essa. A quantidade de veículos que temos na cidade é crescente. Além disso, Monlevade é polo comercial na região, o que faz com que muitos venham à cidade para realizar suas compras. Isso tumultua ainda mais o vai e vem de motoristas e pedestres. Boa intenção não muda realidade e nem traz solução. Projeto e conhecimento sim. Em Santa Bárbara, por exemplo, eles desenvolvem um projeto de mobilidade urbana coordenado por professor do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da Escola de Engenharia da UFMG. Tomemos isso como exemplo. É preciso foco em progresso, não em amadorismo.</div>
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BOM DIA - Você tem caminhado com seu projeto GABINETE ITINERANTE e conversado olho-no-olho com os cidadãos. Pela sua percepção: quais são as principais demandas do povo hoje?</div>
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O gabinete itinerante tem sido, de fato, uma oportunidade muito rica de conhecer melhor as demandas da população. E o que percebo é que as pessoas estão cada vez mais politizadas, mas as reivindicações principais passam por questões básicas. A mais destacada delas, sem dúvida, é o atendimento na área de saúde. E é, realmente, uma questão muito cara. A pessoa que está doente, sentindo dor, precisando de algum procedimento médico, precisa ter o atendimento o mais humanizado e rápido possível. São questões que, por mais crescente que esteja a demanda, precisa de uma resposta satisfatória do poder público. E hoje, por exemplo, temos o Posto do Industrial fechado, o Centro de Referência em Saúde Bucal (Cresb) fechado, o antigo PA fechado. Situação muito complicada.</div>
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Também são demandas recorrentes a questão da iluminação pública, a necessidade de mais horários e linhas de ônibus do transporte coletivo urbano, a limpeza urbana, entre outros pontos. Tenho ouvido muita cobrança também por um estreitamente no diálogo da Prefeitura com a população. Muitas medidas têm sido adotadas sem consultar o povo, sem que se verifique realmente qual é a sua necessidade, o que tem gerado muita insatisfação. </div>
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BOM DIA - Por que não foi adiante um interessante projeto que você divulgou de levar cultura aos quatro cantos do município? Não acha que tá faltando o município criar alternativas para fruição da produção cultural da cidade, que é imensa?</div>
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Concordo inteiramente com você. A questão cultural é muito importante em qualquer sociedade e o Poder Público precisa cumprir o seu papel, o que busquei fazer, entre outras medidas, com o projeto que você mencionou. A não execução desse projeto até o momento foi uma decisão da Prefeitura. Enquanto vereador não tenho a possibilidade de eu mesmo realizar isso. Quem tem o poder de executar as propostas é quem está a frente do governo. </div>
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BOM DIA - Você tem boas opções pela frente. Se for candidato a vereador, tem suas bases e vem trabalhando no dia-a-dia. Se for candidato a prefeito acredita numa terceira via ou acha que só é possível pelos grupos tradicionais?</div>
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Acredito que essas questões sempre serão consequência do trabalho que se realiza. Hoje tenho a honra de exercer o mandato de vereador, algo que seguirei com bastante empenho até o último segundo do mandato. Qualquer construção de candidatura, seja para prefeito, vice ou vereador, não deve ser pensamento de uma pessoa de maneira isolada, mas uma construção coletiva. O momento não nos permite firmar grandes certezas sore o ano que vem, mas penso ser viável, sim, a construção de outas vias além das tradicionalmente conhecidas. </div>
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BOM DIA - Se for eleito prefeito de Monlevade, quais serão suas ações emergenciais? </div>
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Pensando na realidade atual, não tenho dúvida que a questão mais urgente a ser resolvida em nossa cidade é a adoção de um modelo diferente de gestão, daquele adotado até aqui, que priorize mais as pessoas, que seja mais participativa e que tenha por prioridade as demandas básicas da população. Precisamos colocar a casa em ordem e otimizar os recursos. Estruturar o Governo para que os serviços básicos sejam bem feitos e fazer um planejamento financeiro e estudo de parcerias para capitalização de verba junto às esferas estadual e federal, e até mesmo junto à iniciativa privada. </div>
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BOM DIA - Como você vê a questão daquele prédio abandonado da Escola Santana. O município, através da secretaria da educaçao, não poderia tomar alguma atitude no sentido de restaurar e integrar aquele prédio à municipalidade? E com relação ao Estádio Louis Ench? Não anda abandonado e pouco utilizado? Não caberia ocupar o espaço com escolinha de futebol e com ações da secretaria de esportes?</div>
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Essa questão do prédio da Escola Santana tem nos preocupado muito e há bastante tempo. Aquele imóvel pertence ao governo do Estado. Mas, claro, é possível sim que sejam adotadas providências por parte do município. Apesar de ser do governo estadual, o imóvel está situado em nosso município e deve seguir as regras locais. Não pode continuar como está. Aliás, tenho defendido que se discuta com o governo Estadual formas para que a posse desse bem seja transferida ao município. Sobre o estádio Louis Ensch, está claro que deixou de ser uma prioridade para a Prefeitura. Muito mais que a recuperação do gramado, que a Prefeitura afirma estar fazendo, é preciso ainda reformar a estrutura dos vestiários, banheiros e arquibancadas. Só que pra isso é preciso projeto, planejamento, cronograma de execução e de uso do estádio. É triste ver que um local que já foi palco do nosso Monlevade Esporte Clube, e que já recebeu figuras ilustres do esporte nacional, hoje não passa de muros cercando uma estrutura deteriorada e gramado esburacado. </div>