23/03/2019 10h34
Rompimento de barragem amea?a Peti
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<strong>Bacia do Piracicaba</strong>– Ela fornece energia, lazer, equilíbrio climático e em troca recebe toda espécie de esgoto e agora se vê ameaçada pelo rompimento da Barragem Superior Sul de Gongo Soco, da Vale. Se já não bastasse os mais de 12 milhões de litros de esgoto despejado diariamente em suas águas, vindos de Santa Bárbara e Barão de Cocais, ela enfrenta ainda outras ameaças. Barragens de rejeito.</p>
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Em meio a esse “fogo cruzado”, esta a Reserva Ambiental e a represa de Peti, localizada em uma região muito rica em termos turísticos, fazendo parte da Estrada Real, próxima às cidades históricas de Santa Bárbara, Barão de Cocais, Catas Altas, Mariana e Ouro Preto, além do Parque Natural do Caraça.</p>
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<strong>Ameaças</strong></p>
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Elevada ao Nível 3 – que é risco eminente de rompimento, a Barragem Superior Sul de Gongo Soco, com seus mais de 6 milhões de metros cúbicos de rejeito, ameaça sepultar de vez a represa de Peti.</p>
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Caso aconteça o rompimento, além do volume existente na barragem, somasse a ele os entulhos arrastados durante o tsunami de lama, como destroços de construções, árvores e todo tipo de material que se encontre em seu caminho.</p>
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Até o momento nenhuma ação foi citada em relação à catástrofe que poderá se abater sobre Peti.</p>
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<strong>Caminho da lama de Gongo Soco</strong></p>
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Caso aconteça o rompimento, a lama, juntamente com os destroços que ela vai criando, desce para o rio São João que por sua vez, após atravessar Barão de Cocais, segue até Barra Feliz onde esse rio se encontra com o rio Conceição, formando aí o rio Santa Bárbara.</p>
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Passando por Barra Feliz a lama continua descendo, agora pelo rio Santa Bárbara, atingindo parte da cidade homônima até atingir a represa de Peti - que deverá segurar parte desse rejeito. </p>
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<strong>Saiba mais:</strong></p>
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O Tribuna do Piracicaba - A Voz do Rio, já vem, há algum tempo, chamando a atenção para o risco que esse patrimônio corre com as barragens da Vale.</p>
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Com uma área de 1.280 hectares, sendo 605 hectares de área terrestre e 675 hectares de espelho d´água, a represa de Peti, que se encontra na divisa dos municípios de Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo, encanta quem a conhece.</p>
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A represa de Peti teve o início de sua construção no final do século XIX e início do século XX (1903), construída pelos ingleses com o objetivo de alimentar a mineração de São Bento. A usina forneceu energia para Santa Bárbara que foi iluminada em 1912 e em seguida para São Gonçalo em 1928, forneceu também durante esse tempo energia inclusive para Belo Horizonte.</p>
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Com o crescente desenvolvimento da região ampliou-se o parque energético de Peti e a mesma foi adquirida em 1946 pela Companhia Força e Luz ampliando sua produção energética para 9.6 MW. Em 1971 foi adquirida pela Cemig e em 1983 houve a criação da Unidade de pesquisa e desenvolvimento ambiental do Peti. Em janeiro de 2004 foi reconhecida como RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural).</p>
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A Usina de Peti abastece as cidades de São Gonçalo do Rio Abaixo, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Catas Altas e também gera energia para o sistema integrado da Cemig. </p>
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O nome PETI vem do tupi-guarani e significa tabaco.</p>
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<em>Fonte: Cemig IEF Ibama</em></p>