Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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19/02/2019 08h54

Barragem do Diogo tira o sono dos piracicabenses

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<p> Os piracicabenses se encontram em situa&ccedil;&atilde;o igual ou pior a de moradores que vivem com barragens de rejeito sob suas cabe&ccedil;as.</p> <p> Apesar de conviverem h&aacute; anos com a situa&ccedil;&atilde;o, o fato de estarem sob risco constante s&oacute; se tornou expl&iacute;cito ap&oacute;s as trag&eacute;dias de Fund&atilde;o e agora de Brumadinho &ndash; onde estruturas, que segundo os empreendedores tinham seguran&ccedil;a garantidas, acabaram se rompendo e al&eacute;m de matar mais de 300 pessoas, causaram juntas os maiores crimes ambientais do pais.</p> <p> A cada alerta de evacua&ccedil;&atilde;o mostrada pelos meios de comunica&ccedil;&atilde;o e agora tamb&eacute;m pelas Redes Sociais, o drama da popula&ccedil;&atilde;o aumenta.</p> <p> N&atilde;o era para menos, j&aacute; que o volume de &aacute;gua e rejeito, somados, existente na principal barragem da cidade, do Diogo, segundo informa&ccedil;&otilde;es n&atilde;o confirmadas pela empresa, ultrapassariam os 24 milh&otilde;es de metros c&uacute;bicos, sendo 8 milh&otilde;es de rejeito e 16 milh&otilde;es de &aacute;gua, o que, segundo especialistas, potencializaria o estrago em caso de rompimento devido a velocidade que a onda de inunda&ccedil;&atilde;o atingiria.</p> <p> Outro fato que amedronta ainda mais a popula&ccedil;&atilde;o s&atilde;o a dist&acirc;ncia da barragem da &aacute;rea urbana &ndash; que estaria a cerca de apenas 2 km de dist&acirc;ncia e ainda a sua posi&ccedil;&atilde;o de altitude em rela&ccedil;&atilde;o a cidade, que, segundo informa&ccedil;&otilde;es teria um desn&iacute;vel de mais de 200 metros.</p> <p> <strong>Planos de A&ccedil;&otilde;es de Emerg&ecirc;ncia</strong></p> <p> Desde o in&iacute;cio de 2017 a Vale vem promovendo reuni&otilde;es e iniciando a implanta&ccedil;&atilde;o dos PAEBM&acute;s &ndash; Planos de A&ccedil;&otilde;es de Emerg&ecirc;ncia para Barragens de Minera&ccedil;&atilde;o, que deveria ter sido implantado em 2010, quando foi sancionada a Lei de Barragens.</p> <p> Entretanto, passados cerca de dois anos os planos n&atilde;o haviam sido implantados e agora, diante as &uacute;ltimas trag&eacute;dias e com o Minist&eacute;rio P&uacute;blico de Minas Gerais e a justi&ccedil;a embargando minas e mandando evacuar comunidades que vivem abaixo de barragens, a empresa acelera a implanta&ccedil;&atilde;o dos PAEBM&acute;s.</p> <p> O fato, ao inv&eacute;s de levar tranquilidade &agrave; popula&ccedil;&atilde;o, acabou deixando a cidade apavorada, j&aacute; que, diante essa repentina acelera&ccedil;&atilde;o do processo, levou os cidad&atilde;os a desconfiar da seguran&ccedil;a da barragem, mesmo porque a empresa perdeu credibilidade pois havia garantido estabilidade em todas as outras barragens que romperam.</p> <p> <strong>Sustos, sinaliza&ccedil;&atilde;o e rotas de fuga</strong></p> <p> Os nervos da popula&ccedil;&atilde;o piracicabense se mostram a &ldquo;flor da pele&rdquo;. Recentemente o alarme de um supermercado que soou de manh&atilde; foi suficiente para que moradores do centro da cidade fossem colocados para fora de suas casas &ndash; &ldquo;Nem havia levantado da cama quando ouvi o alarme &ndash; pulei e sai correndo pra rua &ndash; de pijama mesmo&rdquo;, disse um morador.</p> <p> J&aacute; logo ap&oacute;s dois dias o rompimento da barragem do C&oacute;rrego do Feij&atilde;o em Brumadinho uma locomotiva atravessou a &aacute;rea central da cidade com a buzina aberta &ndash; o fato causou alvoro&ccedil;o e terror, j&aacute; que esse som reverbera em toda cidade.</p> <p> &ldquo;O problema maior &eacute; que a empresa n&atilde;o presta informa&ccedil;&otilde;es, n&atilde;o esclarece as coisas; ficamos sabendo posteriormente que uma composi&ccedil;&atilde;o teria perdido o freio, mas n&atilde;o sabemos se isso &eacute; verdade, estamos perdidos, sem informa&ccedil;&otilde;es confi&aacute;veis&rdquo;, desabafa um comerciante que n&atilde;o quis se identificar.</p> <p> Outra situa&ccedil;&atilde;o questionada pelos moradores &eacute; quanto &agrave; sinaliza&ccedil;&atilde;o que est&aacute; sendo colocada antes mesma de esclarecimentos o que tem gerado mais d&uacute;vidas e confus&otilde;es.</p> <p> Um calend&aacute;rio de reuni&otilde;es foi distribu&iacute;do na cidade e aos poucos a popula&ccedil;&atilde;o vai sendo orientada pela Defesa Civil e funcion&aacute;rios da Vale.</p> <p> <strong>Manifesta&ccedil;&otilde;es</strong></p> <p> Diante a situa&ccedil;&atilde;o de p&acirc;nico vivida na cidade, moradores est&atilde;o se organizando e estar&atilde;o promovendo uma passeata com o prop&oacute;sito de chamar a aten&ccedil;&atilde;o para suas reivindica&ccedil;&otilde;es.</p> <p> Segundo informa&ccedil;&otilde;es duas passeatas, nesta quinta-feira, &agrave;s 8 horas, sair&atilde;o de lugares distintos &ndash; uma do bairro Praia e outra do bairro Bicas e se unir&atilde;o no bairro Louis Ensch em frente a portaria da Vale.</p>

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