Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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01/02/2019 09h20

Entre as v?timas da regi?o, um sobrevivente de Rio Piracicaba

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<p style="text-align: justify;"> <strong>Geral &ndash;</strong>Minas Gerais vem colecionando trag&eacute;dias e essas v&atilde;o atingindo toda a popula&ccedil;&atilde;o do estado.</p> <p style="text-align: justify;"> Ap&oacute;s a trag&eacute;dia da Samarco, em Mariana, onde um monlevadense morreu, mais uma vez a cidade despede de um de seus cidad&atilde;os, vitimado pelo rompimento da barragem da Mina do C&oacute;rrego do Feij&atilde;o em Brumadinho.</p> <p style="text-align: justify;"> Dessa vez a v&iacute;tima, o jovem t&eacute;cnico M&aacute;rcio Fl&aacute;vio Silveira Filho, de 28 anos, que foi sepultado ontem, por ironia, trabalhava h&aacute; cerca de sete meses na Vale na &aacute;rea de Seguran&ccedil;a do Trabalho.</p> <p style="text-align: justify;"> M&aacute;rcio, que estava entre os desaparecidos, teve seu corpo encontrado e identificado no Instituto M&eacute;dico Legal (IML), em Belo Horizonte, no dia 30, sendo posteriormente trasladado para Jo&atilde;o Monlevade, onde reside sua fam&iacute;lia e sepultado no Cemit&eacute;rio do Ba&uacute;.</p> <p style="text-align: justify;"> Natural de Bar&atilde;o de Cocais, M&aacute;rcio veio para Monlevade ainda crian&ccedil;a, permanecendo at&eacute; sair para o trabalho.</p> <p style="text-align: justify;"> <strong>Bela Vista de Minas</strong></p> <p style="text-align: justify;"> Na regi&atilde;o, o primeiro sepultamento de v&iacute;timas do desastre de Brumadinho aconteceu em Bela Vistas de Minas, quando foi sepultado o corpo de Cristiano Vinicius na tarde quarta-feira. 30.</p> <p style="text-align: justify;"> <strong>Desaparecidos</strong></p> <p style="text-align: justify;"> Enquanto a fam&iacute;lia de M&aacute;rcio e de Cristiano choravam em seus sepultamentos, outras ainda na regi&atilde;o permanecem apreensivas com o desaparecimento de seus entes, caso da fam&iacute;lia de Denilson Rodrigues do bairro Alvorada, em Jo&atilde;o Monlevade.</p> <p style="text-align: justify;"> Segundo informa&ccedil;&otilde;es a casa da fam&iacute;lia est&aacute; fechada desde o &uacute;ltimo s&aacute;bado e os telefones desligados; vizinhos acreditam que eles estejam em Brumadinho, em busca de not&iacute;cias. Denilson que &eacute; filho de Roberto Rodrigues, ex-presidente do Real Esporte Clube.</p> <p style="text-align: justify;"> Tamb&eacute;m em Bela Vista, permanece entre os desaparecidos o supervisor de Minas Zilber Lage, de 38 anos, filho da ex-vice-prefeita de Bela Vista, Zenir Lage e na Vale desde 2004. Zilber &eacute; casado e pai de um menino de 3 anos.</p> <p style="text-align: justify;"> Outro na lista de desaparecidos d&aacute; regi&atilde;o &eacute; Reginaldo Silva, natural de Dom Silv&eacute;rio.</p> <p style="text-align: justify;"> Reginaldo &eacute; operador de m&aacute;quinas e residia atualmente em Itabirito, com a esposa e os tr&ecirc;s filhos.</p> <p style="text-align: justify;"> <strong>Por quest&otilde;es de segundos piracicabense escapa da lama</strong></p> <p style="text-align: justify;"> Mais sorte teve o auxiliar de sondagens, Leonardo Silva Mendes, 26, natural de Rio Piracicaba e residente em Padre Pinto, Caxambu.</p> <p style="text-align: justify;"> Casado e pai de dois filhos, o mais novo de Leonardo, Tain&atilde; Valentin Mendes, estava completando 1 m&ecirc;s de vida naquele dia 25.</p> <p style="text-align: justify;"> Funcion&aacute;rio da Chammas Engenharia, contratada da Vale, Leonardo falou ao Bom Dia sobre o drama vivido naquele fat&iacute;dico dia 25 de janeiro: &ldquo;A imagem n&atilde;o sai de minha cabe&ccedil;a, foi tudo muito r&aacute;pido, pessoas engolidas pela lama, &aacute;rvores caindo em cima, muito sofrimento&rdquo;, relata com olhos marejados.&nbsp;</p> <p style="text-align: justify;"> Leonardo que trabalha com sondagens, percorre mina por mina da Vale, j&aacute; que a empresa que trabalha faz esse servi&ccedil;o para a mineradora h&aacute; alguns anos. Na Mina C&oacute;rrego do Feij&atilde;o ele estava h&aacute; quatro dias.</p> <p style="text-align: justify;"> Segundo Leonardo o tempo foi crucial para que ele e mais tr&ecirc;s colegas de trabalho se salvassem: &ldquo;Geralmente par&aacute;vamos para almo&ccedil;ar ao meio dia, mas esse dia esticamos alguns minutos a mais para concluir um trabalho&rdquo;, disse.</p> <p style="text-align: justify;"> &Agrave;s 12:10 minutos eles terminaram o servi&ccedil;o e desceram: &ldquo;Juntamos os equipamentos e descemos para o restaurante mas quando fomos passar na portaria, devido os equipamentos na carroceria da caminhonete, t&iacute;nhamos que relacionar isso, onde demorou mais um pouco, era umas 12:30:. Liberando isso fomos para o estacionamento, pertinho da portaria, e o motorista se complicou para estacionar e fez varias manobras, quando terminamos de estacionar, j&aacute; ia descer escutamos um estrondo, parecendo detona&ccedil;&atilde;o, e veio aquela onda de lama, &aacute;rvores tombando e eu faleii com o motorista &ndash; acelera... ele ligou a caminhonete r&aacute;pido e n&oacute;s sa&iacute;mos e a lama veio atr&aacute;s da gente.... n&oacute;s come&ccedil;amos a descer sentido Brumadinho e a lama do nosso lado, tombando caminh&otilde;es, &aacute;rvores &ndash; caminh&atilde;o tombava como se fosse de papel... vi uma mulher perto, uma &aacute;rvore caiu em cima dela... n&atilde;o dava tempo de socorrer ningu&eacute;m... fomos descendo e vimos um s&iacute;tio com uma mulher e tr&ecirc;s crian&ccedil;as pequenas, de uns 6, 7 anos de idade, gritamos para correr pro alto, encontramos com caminh&otilde;es subindo mandamos voltar, gritando para as pessoas que encontramos na estrada.. tudo muito r&aacute;pido&rdquo;, relatou.</p> <p style="text-align: justify;"> Leonardo relatou que al&eacute;m do restaurante estar cheio, as pessoas que haviam acabado de almo&ccedil;ar estavam na &aacute;rea de viv&ecirc;ncia, em uma pra&ccedil;a em frente o restaurante, relaxando, descansando, muitos deitados na grama, nos bancos, sendo todos pegos de surpresa.</p> <p style="text-align: justify;"> Cercados pela lama, os sobreviventes foram obrigados desviar de rota, quando foram orientados por outros sobreviventes funcion&aacute;rios da Vale a subirem em um trecho onde posteriormente um trator entupiu uma vala criando uma passagem para as pessoas, onde forma todos para uma regi&atilde;o que apresentava seguran&ccedil;a: &ldquo;Nessa &aacute;rea foi aparecendo muitas pessoas, fiquei feliz quando vi a mulher e as crian&ccedil;as que hav&iacute;amos avisado, tinha umas 60 pessoas no local, que conseguiram se salvar, mas acredito que s&oacute; na mina mais de 300 morreram&rdquo;, desabafou.</p> <p style="text-align: justify;"> Posteriormente todos foram resgatados e levados para instala&ccedil;&otilde;es seguras e ele foi para Nova Lima onde estavam sediados, quando a empresa liberou a equipe para irem para suas casas tranquilizar as fam&iacute;lias.</p> <p style="text-align: justify;"> Abalado com a trag&eacute;dia, Leonardo retornou na ter&ccedil;a-feira &agrave; Belo Horizonte solicitando baixa da empresa.</p> <p style="text-align: justify;"> Ele nos disse que apesar de precisar do trabalho n&atilde;o vale a pena colocar a vida em risco: &ldquo;Todos precisamos de trabalho, precisamos sustentar nossas fam&iacute;lias mas devemos colocar nossa vida em primeiro lugar. Essas barragens n&atilde;o oferecem seguran&ccedil;a alguma, nenhuma oferece&rdquo;, disparou.</p> <p style="text-align: justify;"> &nbsp;</p> <p style="text-align: justify;"> &nbsp;</p> <p style="text-align: justify;"> &nbsp;</p>

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