21/05/2018 12h56
Caminhoneiros fecham estradas de MG em protesto nacional pelo pre?o do combust?vel
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Os protestos de caminhoneiros na manhã desta segunda-feira (21) contra o preço do diesel afetam pelo menos três rodovias de Minas Gerais: as BRs 040, 381, 251 e 262. Nas estradas, quem tenta trafegar encontra manifestantes interrompendo o fluxo de veículos nas pistas. O movimento ocorre em todo o Brasil por causa da política da Petrobras de constantes aumentos nos preços dos combustíveis.</p>
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Em Juatuba, na Grande BH, desde as 22h30 há manifestaçãona BR 262, quilômetro 369, em ambos os sentidos. A pista está totalmente interditada com apenas veículos de passeio com trânsito liberado. Cerca de 75 pessoas participam do protesto.</p>
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Os caminhoneiros chegaram a fazer algumas barreiras de pneus e atearam fogo na faixa da direita, tanto no sentido Uberaba, como no sentido Belo Horizonte.</p>
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Motoristas que aderiram à paralisação conferem todos os veículos que passam e forçam a parada de carros menores que estão carregados com algum tipo de mercadoria para entrega.</p>
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O caminhoneiro Hermiro Machado, 47 anos, rodando nas estradas brasileiras há 28 dirigindo veículos pesados, diz que o atual cenário para os caminhões está enforcando os condutores. “As transportadoras estão repassando valor baixo do frete, a demanda caiu e os preços dos combustíveis estão abusivos. Desse jeito não tem como trabalhar”, afirma.</p>
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No caso da BR-262, o início da manifestação nos dois sentidos está instalado embaixo do viaduto da MG-050. Portanto, a melhor opção para quem vai de BH para o Triângulo Mineiro é entrar em Betim e sair em Juatuba, pegando um trecho de apenas cerca de 100 metros de manifestação.</p>
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<strong>Pego de surpresa</strong></p>
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O auxiliar de engenharia Wemerson Casitta, de 38 anos, deveria ter chegado em Araxá, no Alto Paranaíba, às 10h, mas já perdeu o dia após ficar preso na manifestação dos caminhoneiros na BR-262, em Juatuba. “Se eu soubesse não tinha nem saído hoje”, afirma ele, pego de surpresa às 5h30 da madrugada. Wemerson acredita que para surtir efeito real o protesto deveria parar todo o trânsito das rodovias, do contrário não haverá impacto no preço dos combustíveis.</p>
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Segundo registros da Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais, há manifestações com pontos de interdição parcial na BR 381, nos quilômetros 513, altura de Igarapé, e 617, em Oliveira, além do km 690, na estrada de Lavras.</p>
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Já na BR 040 os manifestantes fecham parte da pista no quilômetro 699, em Barbacena. Há registro de interdição parcial também no quilômetro 808 em Matias Barbosa.</p>
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Quem vai de Ribeirão das Neves para BH, na Região Metropolitana, também encontra interdição e protesto. Segundo a PRF, somente veículos de carga conseguem passar.</p>
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De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Autônomos de Carga de Minas Gerais (Sinditac-MG), também há protesto em trecho da MG 50 em Passos.</p>
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<strong>Diesel inviável</strong></p>
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Para o presidente do Sinditac de Minas, Antônio Vander Silva Reis, que está acompanhando os protestos no estado, o que tem sido cobrado de combustível está inviabilizando o trabalho dos caminhoneiros. “O aumento é absurdo, tem lugar que o diesel, que custava cerca de R$ 2,70 há seis meses, está custando R$ 3,70 ou R$ 3,80. O preço está chegando aos R$ 4”, disse.</p>
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Segundo Antônio Vander, o impacto na atividade de quem trabalha com fretes é enorme, pois o preço pago pelos contratantes dos serviços não mudou. “Não tem mais condições de rodar. Hoje o combustível já está ultrapassando em 60% o valor do frete”, conta.</p>
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Se um motorista pega um serviço de transporte de mercadoria por R$ 1000, são R$ 600 destinados somente ao combustível. Na avaliação do sindicato, uma conta justa seria de três por um. Ou seja, se o gasto com o diesel for de R$ 600, o motorista deveria receber R$ 600 pelo serviço e mais R$ 600 pelo desgaste do veículo.</p>
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<strong>Motoristas nas estradas</strong></p>
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O presidente do Sinditac-MG afirmou que a orientação aos motoristas foi ficar em casa e não soube dizer quais serão os procedimentos nas manifestações. “Essa greve partiu dos próprios caminhoneiros, então não tem como a gente dizer como vai ser conduzido”, afirmou.</p>
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O movimento dos caminhoneiros em Minas Gerais começou por volta das 23h30 de domingo nas BRs já nas alturas de Barbacena, Matias Barbosa e Juatuba.</p>
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Na sexta-feira pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) chamou os motoristas a participar de uma paralisação a partir das 6h desta segunda-feira. O principal motivo é a alta de preço no óleo diesel. Até o momento, o governo federal não sinalizou com resposta sobre as reivindicações da categoria.</p>
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Os caminhoneiros pedem a retirada dos encargos tributários cobrados sobre o óleo diesel. Também querem a isenção da Contribuição sobre Domínio Econômico (Cide) sobre a venda do óleo diesel usado pelos transportadores autônomos.</p>
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<strong>Norte de Minas</strong></p>
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A paralisação dos caminhoneiros também ocorre no Norte de Minas. O protesto é realizado na BR 251, uma das estradas mais movimentadas de Minas Gerais, com um grande trânsito de veículos de cargas que viajam do Centro-Sul para o Norte/Nordeste.</p>
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Iniciada às 7h50min, a manifestação acontece no Km 504 da rodovia, em frente ao "Posto Chimba", próximo ao entroncamento com a MGT 122 (estrada para Janaúba), entre Montes Claros e Francisco Sá.</p>
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Conforme a Policia Rodoviária Federal, está interrompido tráfego de caminhões e carretas, sendo liberada a passagem dos demais veículos. Foram formadas longas filas nos dois sentidos da estrada. Policiais rodoviários estão local e tentam negociação com os integrantes do movimento para liberar o transito dos veículos de carga.</p>
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<em>Fotos: Paulo Filgueiras e Guilherme Paranaíba / EM / D.A. Press</em></p>