Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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17/09/2017 15h01

Dia 22 de setembro: Dia Mundial Sem Carro

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<p> No dia 22 de setembro, em cidades do mundo todo, s&atilde;o realizadas atividades em defesa do meio ambiente e da qualidade de vida nas cidades, no que passou a ser conhecido como Dia Mundial Sem Carro.</p> <p> O objetivo principal do Dia Mundial Sem Carro &eacute; estimular uma reflex&atilde;o sobre o uso excessivo do autom&oacute;vel, al&eacute;m de propor &agrave;s pessoas que dirigem todos os dias que revejam a depend&ecirc;ncia que criaram em rela&ccedil;&atilde;o ao carro ou moto. A ideia &eacute; que essas pessoas experimentem, pelo menos nesse dia, formas alternativas de mobilidade, descobrindo que &eacute; poss&iacute;vel se locomover pela cidade sem usar o autom&oacute;vel e que h&aacute; vida al&eacute;m do para-brisa.</p> <p> <strong>No Brasil</strong></p> <p> A data foi criada na Fran&ccedil;a, em 1997, sendo adotada por v&aacute;rios pa&iacute;ses europeus j&aacute; no ano 2000. Na cidade de S&atilde;o Paulo s&atilde;o realizadas atividades desde 2003. As iniciativas dos ciclistas paulistanos continuaram ocorrendo em 2007 e 2008, mas desde 2007 passaram a contar com o Movimento Nossa S&atilde;o Paulo para engrossar o coro, realizando novas atividades e eventos e trazendo mais visibilidade para a data.</p> <p> V&aacute;rias outras cidades brasileiras passaram a &ldquo;comemorar&rdquo; a data, no m&iacute;nimo com uma Bicicletada, no dia 22. Em 2010, houve atividades na semana toda em v&aacute;rios estados. J&aacute; em 2011, algumas cidades programaram eventos para o m&ecirc;s inteiro, que come&ccedil;ou a ser chamado informalmente de M&ecirc;s da Mobilidade. De l&aacute; para c&aacute;, a ades&atilde;o de cidad&atilde;os e poder p&uacute;blico s&oacute; aumentou, bem como o esclarecimento correto sobre o DMSC.</p> <p> <strong>Jo&atilde;o Monlevade</strong></p> <p> Em Jo&atilde;o Monlevade, cidade onde o ciclismo tem crescido nos &uacute;ltimos anos, a BikeZone Brasil vem desenvolvendo bicicletada tamb&eacute;m para marcar a data.</p> <p> A cidade, caracteristicamente urbana, vem utilizando o carro de maneira incorreta. Um exemplo disso &eacute; que pelas manh&atilde;s centenas e centenas de ve&iacute;culos, com apenas um passageiro em sua maioria, se deslocam em dire&ccedil;&atilde;o &agrave; Usina da ArcelorMittal e o fluxo se repete ao entardecer.</p> <p> O impacto desses ve&iacute;culos no tr&acirc;nsito poderia ser menor se houvesse conscientiza&ccedil;&atilde;o desses motoristas empregados da empresa com o simples ato da carona solid&aacute;ria &ndash; onde cada dia um levaria 3 colegas, retirando com isso para cada quatro pessoas, tr&ecirc;s ve&iacute;culos das ruas. Isso significaria mais economia para os mesmos, menos polui&ccedil;&atilde;o e um tr&acirc;nsito mais humano.</p> <p> <strong>Mas qual o problema em andar de carro?</strong></p> <p> Andar de carro por si s&oacute; n&atilde;o parece um grande problema. Para entender melhor o real cen&aacute;rio, &eacute; preciso afastar-se da vis&atilde;o individual e analisar todo o conjunto.</p> <p> <strong>Como chegamos aqui</strong></p> <p> Ao longo do &uacute;ltimo s&eacute;culo, nossas cidades foram adaptadas para atender prioritariamente ao carro, n&atilde;o &agrave;s pessoas que nelas vivem. Investiu-se muito mais no uso individual do autom&oacute;vel do que em solu&ccedil;&otilde;es de transporte de massa. &Agrave; medida que as cidades e o pa&iacute;s cresciam, deu-se &ecirc;nfase em possibilitar a venda massificada de autom&oacute;veis (com incentivos cont&iacute;nuos &agrave;s montadoras) e &agrave; cria&ccedil;&atilde;o de infraestrutura para que esses carros rodassem (enriquecendo empreiteiras e outras empresas).</p> <p> Nessa pol&iacute;tica, cada cidad&atilde;o deveria resolver por conta pr&oacute;pria o &ldquo;seu&rdquo; problema de mobilidade. O carro incorporava cada vez a imagem de liberdade de ir e vir quando, na realidade, n&atilde;o era sin&ocirc;nimo de liberdade, mas a alternativa que restou. Para mover &ldquo;massas&rdquo; de pessoas, deveria haver mais op&ccedil;&otilde;es de transporte &ldquo;de massa&rdquo;.</p> <p> As ferrovias foram desmanteladas ao longo do s&eacute;culo e as hidrovias n&atilde;o sa&iacute;ram do papel. As rodovias se espalharam por todo pa&iacute;s, at&eacute; no cora&ccedil;&atilde;o da floresta amaz&ocirc;nica, levando o desmatamento e a polui&ccedil;&atilde;o no porta-malas. Mesmo os investimentos em transporte coletivo sobre rodas foram sempre muito menores que os investimentos diretos ou indiretos no modelo de mobilidade individual e particular. As ruas, avenidas, pontes e t&uacute;neis, supostamente criados para atender &agrave; demanda, foram agindo como estimuladores dessa demanda, criando um c&iacute;rculo dif&iacute;cil de quebrar: cada vez mais carros ocupando a estrutura criada acabam necessitando de ainda mais espa&ccedil;o, exponencialmente.</p> <p> As cidades deixaram de ter caminhos por onde as pessoas e os rios passavam para ter caminhos para &ldquo;chegar r&aacute;pido de carro&rdquo;. Atravessar as ruas sem uma armadura de uma tonelada se tornou, cada vez mais, uma aventura perigosa. As cidades deixaram de ser das pessoas e passaram a ser dos carros.</p> <p> <strong>O mau uso do autom&oacute;vel</strong></p> <p> O carro &eacute; uma inven&ccedil;&atilde;o maravilhosa. Com um ve&iacute;culo a motor, voc&ecirc; pode carregar centenas (milhares?) de vezes o que conseguiria carregar com as m&atilde;os. Pode levar pessoas enfermas at&eacute; um hospital, suprir defici&ecirc;ncias de mobilidade e transpor dist&acirc;ncias enormes.</p> <p> O problema come&ccedil;a a se mostrar quando voc&ecirc; percebe que a quase totalidade dos motoristas nas cidades s&atilde;o pessoas sem nenhuma restri&ccedil;&atilde;o de mobilidade, que est&atilde;o carregando apenas uma blusa ou um caderno, n&atilde;o est&atilde;o sendo levadas a hospital algum e est&atilde;o fazendo um trajeto que muitas vezes n&atilde;o chega nem a 10 km.</p> <p> Todos saindo com seus carros no mesmo hor&aacute;rio causam o efeito mais vis&iacute;vel da mobilidade baseada no autom&oacute;vel: o congestionamento. Outros efeitos s&atilde;o mais dif&iacute;ceis de perceber e alguns at&eacute; imposs&iacute;veis de mensurar com exatid&atilde;o: mortes e sequelas de v&iacute;timas de acidentes, stress, isolamento e frustra&ccedil;&atilde;o, agressividade e viol&ecirc;ncia, doen&ccedil;as cardiovasculares e respirat&oacute;rias, menor tempo para conv&iacute;vio com a fam&iacute;lia, polui&ccedil;&atilde;o do ar e das &aacute;guas, consumo exagerado de recursos naturais, impermeabiliza&ccedil;&atilde;o do solo e aumento da temperatura das cidades, diminui&ccedil;&atilde;o do espa&ccedil;o para conv&iacute;vio entre as pessoas, mudan&ccedil;as na sociedade e degrada&ccedil;&atilde;o nas rela&ccedil;&otilde;es entre as pessoas, prest&iacute;gio e autoestima atreladas ao autom&oacute;vel e outras mais.</p> <p> <strong>Dia 22 de setembro</strong></p> <p> O dia 22 de setembro &eacute; uma oportunidade para que as pessoas experimentem vivenciar a cidade de outra forma. Transporte p&uacute;blico, bicicleta e mesmo a caminhada s&atilde;o alternativas saud&aacute;veis e cidad&atilde;s, que contribuem com o meio ambiente, com a sua sa&uacute;de e at&eacute; com a locomo&ccedil;&atilde;o daqueles que realmente necessitam utilizar o carro, sobretudo em situa&ccedil;&otilde;es especiais de mobilidade (melhor idade, gestantes, transporte de crian&ccedil;as pequenas, pessoas com necessidades especiais, etc). At&eacute; a carona solid&aacute;ria, combinada com um colega de escrit&oacute;rio que more perto da sua casa, j&aacute; ajuda bastante.</p> <p> <strong>Desafio</strong></p> <p> Se voc&ecirc; utiliza o carro no dia a dia, fa&ccedil;a um desafio a si mesmo no m&ecirc;s de setembro e descubra se voc&ecirc; &eacute; capaz de passar um &uacute;nico dia &uacute;til no ano sem seu carro. A cidade, o planeta e as crian&ccedil;as agradecem!</p>

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