11/08/2017 09h14
Sem rede de prote??o, pr?dios representam risco a pedestres
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Pipocam as construções em João Monlevade e, em alguns prédios, é possível notar a ausência de redes protetoras na parte externa da obra. O equipamento é imprescindível e essencial para garantir a segurança de quem passa embaixo da construção, pois a rede pode, por exemplo, bloquear a queda de materiais.</p>
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Na última terça-feira (8), por pouco, a falta da proteção numa obra no centro da cidade não causou grave acidente. Uma pedra caiu sobre a calçada e quase atingiu um pedestre que passava pelo local. A construção fica na avenida Wilson Alvarenga, ao lado da Praça do Lindinho. </p>
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Pessoas próximas ao local na hora do incidente ficaram assustadas com o episódio e relataram não ser a primeira vez que o fato acontece.</p>
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O problema foi comunicado ao vice-prefeito de João Monlevade, Fabrício Lopes (PMDB), que garantiu que iria enviar fiscalização da obra.</p>
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Procurado, o presidente do Sindicato da Construção Civil, Gilson Santiago, disse que a falta de redes em obras devem ser denunciadas, pois, só através das reclamações a entidade consegue agir. Diante da denúncia o sindicalista procurou o dono da construção e disse ter verificado a obra. Segundo ele, nesse caso, não há necessidade da rede de proteção porque não há serviços realizados do lado de fora do prédio. “Fui no local, conversei com o proprietário e constatei que são feitos rebocos internos. Não tem nada do lado de fora. A pedra que caiu foi jogada pelo vento”, garantiu.</p>
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Entretanto, após ouvir pessoas que trabalham no entorno da obra, elas relataram que os incidentes são constantes, e na rua Pio XII (rua atrás da obra), inúmeros carros já teriam sido atingidos, inclusive gerando indenizações.</p>
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O pedestre que fez a denúncia, Geraldo Magela Gonçalves, o Dindão, está indignado com a situação. “Até o momento, aparentemente, ninguém não fez nada. Conversei com o presidente do sindicato da construção e fiquei mais indignado ainda quando ele veio me dizer que está tudo normal. É notório que está irregular. Quero saber, caso acontece algum acidente com vítima, quem será responsável, Gilson Santiago? A Prefeitura? Corpo de Bombeiros? Crea?, vereadores?”, disparou Dindão, lembrando que a coisa só está vindo a tona porque ele tem acesso a jornal e concluiu. “As pessoas deixam coisas graves como estas passar e não denunciam, mas quando acontece uma tragédia aí todos ficam procurando culpados. Vou procurar o MTb, a Câmara, o Crea, o MP até achar as responsáveis”, concluiu.</p>
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<strong>Acidente parecido</strong></p>
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Em episódio recente, também em uma construção no centro de João Monlevade, os tijolos de uma sacada de um dos apartamentos em construção caíram sobre uma proteção de madeira que não suportou o peso e também desabou. A obra é do Residencial Platinum, prédio onde funciona a loja Espaço VIP, na esquina da rua do Andrade com avenida Wilson Alvarenga, em Carneirinhos. Na época, por sorte, ninguém passava pelo local na hora do acidente. A obra passou por vistoria.</p>
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<strong>O que diz a NR</strong></p>
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A Norma Regulamentadora 18 (NR 18) estabelece diretrizes que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança no meio ambiente de trabalho na indústria da construção. De acordo com item 18.13.1 da norma, “´é obrigatória a instalação de proteção coletiva onde houver risco de queda de trabalhadores ou de projeção e materiais”. Já o artigo 18.13.6 determina que “em todo perímetro da construção de edifícios com mais de quatro pavimentos ou altura equivalente, é obrigatória a instalação de uma plataforma principal de proteção na altura da primeira laje que esteja, no mínimo, um pé-direito acima do nível do terreno”.</p>
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<em>FOTO / Dindão/ Cerca de proteção solta não impede queda de materiais</em></p>