06/05/2016 06h23
ENTREVISTA: Alesandra Alves faz acontecer
Alesandra Alves faz acontecer
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O MEDIOPIRA dessa semana entrevista uma conterrânea arretada: artista plástica ALESANDRA ALVES. Eu gosto de gente que pega e faz, e Alesandra encarna muito bem esse espírito. Ela não fica esperando comando. Capta as coisas no ar, assunta e faz acontecer. Seu ótimo trabalho é reconhecido em diversas cidades da região e por isso está sempre engajada em algum projeto artístico cultural. Mas vamos à entrevista!</p>
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- Como você percebeu que tinha o dom para as artes?</p>
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Desde muito cedo convivo com o mundo das Artes. E o fato de sempre ter tido o apoio e o incentivo da minha família, permitiram que eu não desistisse.</p>
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– Como é que foi o seu aprendizado na arte?</p>
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Ainda estou aprendendo... É um aprimoramento contínuo. Por ser autodidata, as pessoas acreditam que as coisas aconteçam como que por magia. Enganam-se. Aprendemos com os livros e as revistas, aprendemos com nossas vivências e experiências, aprendemos com o outro que por quaisquer motivos cruzam o nosso caminho, enfim, aprendemos a fazer fazendo, sem ter medo de errar, sem ter medo de recomeçar.</p>
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– O que você faz é arte ou artesanato?</p>
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Faço os dois. O conceito de Arte é muito abrangente e engloba inclusive o Artesanato. A grosso modo, a diferença entre Arte e Artesanato é a seguinte: A Arte está mais relacionada às emoções,sentimentos e percepções do indivíduo que a cria, enquanto o Artesanato é um conjunto de técnicas que possibilita a confecção de inúmeras peças muito parecidas. Transito entre os dois universos.</p>
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– Como você definiria o seu estilo?</p>
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O meu estilo é não ter estilo. (risos)</p>
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-Você prefere o concreto ou o abstrato para trabalhar?</p>
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Gosto do concreto. Materiais e matérias me fascinam.</p>
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– Você utiliza o computador de alguma forma ou seu trabalho é todo manual e orgânico?</p>
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É quase impossível trabalhar sem a ajuda das diversas tecnologias que nos cercam. Especialmente para pesquisa e estudo. Não conseguimos evoluir se não estivermos em harmonia com o meio.</p>
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- Você além de artista, tem grande facilidade em ensinar. Como é esse seu trabalho de passar conhecimento?</p>
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É muito prazeroso. É uma troca fantástica. Quando compartilhamos o que sabemos, sempre somos gratificados. Partilho meus conhecimentos sobre artesanato nas instituições onde presto serviço, atualmente na APAE João Monlevade, em oficinas e cursos para empresas e instituições particulares, em projetos de extensão de universidades, festivais e projetos artísticos/culturaise a todo aquele que até mim vier em busca de um aprendizado. Cada vez que isso acontece , o que aprendi é aprimorado.</p>
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– Você já fez exposições exclusivas de seu trabalho? Qual o suporte necessário?</p>
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Sim, já participei de exposições individuais e coletivas. Não é necessário muita coisa, apenas o transporte do material a ser exposto, o local adequado e suportes para as peças(cavaletes,mesas,etc.)</p>
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-Muitos encaram a arte como hobby, nunca como profissão. O que você tem a dizer sobre isso? </p>
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Como profissão, como hobby, como terapia, para embelezar, para encantar, para não enlouquecer. Não importa o motivo, causa ou razão. O importante é fazer Arte.</p>
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– Existe a arte pela arte, aquela que vem de dentro...e a arte utilitária, feita sob encomenda para objetivos de decoração ou mesmo de marketing. Qual dessas você prefere?</p>
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Isso é como pedir para uma mãe escolher qual o seu filho preferido. Tenho necessidade das duas. A Arte pela Arte me dá enorme prazer, me sinto mais viva, mais vibrante. A Arte utilitária me proporciona renda. As duas se completam, uma permite que a outra viva cada dia melhor.</p>
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– Você é alvinopolense, mas trabalha muito em Monlevade e em outros lugares também. Qual o segredo para transitar por tantos “universos” e ser respeitada em todos?</p>
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É segredo, não vou contar! Brincadeirinha! Acredito que o respeito é uma via de mão dupla. Somos respeitados à medida que respeitamos nossos pares.</p>
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– Como é a sua relação com a cidade natal? Tem o devido reconhecimento por lá?</p>
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Tenho meu umbigo enterrado lá (risos). Amo as minhas raízes, meus familiares moram lá, além de que não há um só lugar no mundo que tenha um povo como o alvinopolense. Alvinópolis é um enorme celeiro cultural. Aprendi e ainda aprendo muito com os artistas de lá, boa parte do que produzo, uso como matéria prima a chita, produto genuinamente alvinopolense. Então, como não amar?</p>
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Quando ao devido reconhecimento, não tive, não tenho e não quero ter, nem lá ou em qualquer outro lugar. E quer saber o por que¿ Porque é o desafio que me move, a inquietação, a constante busca da auto-superação. E, quando acreditamos que somos devidamente valorizados o encanto se perde, ficamos estagnados e passamos a viver do passado, daquilo que um dia fomos, daquilo que um dia fizemos.</p>
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- O que você aconselharia a um pai ou mãe, cujos filhos manifestam o dom para a arte, seja ela qual for?</p>
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Permitam que eles tenham acesso a todo tipo de Arte, pois ela tem o poder de transformar um indivíduo, uma sociedade inteira. Incentivem e acreditem no potencial de seus filhos. E sempre que possível ofereça-lhes Arte, como quem oferece um alimento saboroso, pois quem prova do gostinho da Arte, certamente terá uma vida mais significativa.</p>
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– Deixe seus contatos, site, facebook, telefone, email, propaganda que quiser fazer...</p>
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<a href="mailto:alesandralves@yahoo.com,br">alesandralves@yahoo.com,br</a> e facebook.com/alesandramargarida.alves</p>