Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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28/10/2015 14h02

Campanha eleitoral nos EUA: imigrantes ilegais amea?ados de deporta??o

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<p> No topo das pesquisas entre os pr&eacute;-candidatos republicanos, o magnata Donald Trump vem causando pol&ecirc;mica durante a campanha presidencial, nos EUA. Em um discurso recente, em meio a muitos palavr&otilde;es, ele prometeu que, se eleito, mandar&aacute; de volta todos os refugiados s&iacute;rios acolhidos pelos EUA, porque &ldquo;eles podem ser militantes isl&acirc;micos disfar&ccedil;ados&rdquo;. Trump tem demonstrado, tamb&eacute;m, intoler&acirc;ncia em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; grande quantidade de imigrantes ilegais no pa&iacute;s e amea&ccedil;a deportar todos eles, se vencer a elei&ccedil;&atilde;o.</p> <p> O p&uacute;blico amea&ccedil;ado por Trump de deporta&ccedil;&atilde;o em massa &eacute; formado por imigrantes de v&aacute;rias partes do mundo, entre eles, uma quantidade enorme de brasileiros. N&atilde;o existe uma estat&iacute;stica exata do n&uacute;mero de ilegais nos EUA, mas segundo a diretora executiva do Brazilian Worker Center (Centro do Trabalhador Brasileiro), Natal&iacute;cia Tracy, o pa&iacute;s abriga cinco milh&otilde;es de fam&iacute;lias mistas, que s&atilde;o aquelas em que t&ecirc;m pelo menos um membro ilegal (chamado de indocumentado), mas que, em geral, o filho &eacute; nascido nos EUA.</p> <p> Segundo Tracy, se considerarmos como m&eacute;dia uma fam&iacute;lia composta por um casal com apenas um filho, o n&uacute;mero de pessoas ilegais no pa&iacute;s seria de, no m&iacute;nimo, 15 milh&otilde;es. Somente em Massachusetts, cuja capital &eacute; Boston, existem cerca de 60 mil imigrantes ilegais e, neste Estado, os brasileiros s&atilde;o a maioria entre eles, afirmou.</p> <p> Os dados apresentados por Tracy s&atilde;o exatamente os que est&atilde;o sendo utilizados pelo presidente Barack Obama (Partido Democrata) na implementa&ccedil;&atilde;o da Ordem Executiva que promete beneficiar mais de quatro milh&otilde;es de imigrantes ilegais no pais, oferecendo a eles a permiss&atilde;o de trabalho e protegendo-os da deporta&ccedil;&atilde;o.Essa Ordem Executiva ainda n&atilde;o foi aprovada pelo congresso e vem sendo fortemente &ldquo;atacada&rdquo; pelas lideran&ccedil;as do Partido Republicano.</p> <p> <strong>Estupidez</strong></p> <p> &ldquo;As pessoas n&atilde;o levam a s&eacute;rio o que Donald Trump diz, porque ele est&aacute; tentando chamar a aten&ccedil;&atilde;o&rdquo;, afirmou Tracy. Mas, segundo ela, a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; preocupante, porque as declara&ccedil;&otilde;es do pr&eacute;-candidato refletem exatamente o pensamento de muitas lideran&ccedil;as republicanas.</p> <p> Para Tracy, essas amea&ccedil;as de deporta&ccedil;&atilde;o em massa s&atilde;o um &ldquo;absurdo, um insulto &agrave; classe trabalhadora de imigrantes que carrega esse pa&iacute;s nas costas&rdquo;. Para a l&iacute;der brasileira, na pr&aacute;tica, a deporta&ccedil;&atilde;o de todos os ilegais &eacute; imposs&iacute;vel, porque iria abrir um &ldquo;gap&rdquo; entre a m&atilde;o-de-obra dispon&iacute;vel. &ldquo;Quem iria trabalhar nas colheitas, nas fazendas de leite, nos restaurantes? Quem iria cozinhar, limpar as casas, cuidar das crian&ccedil;as e dos idosos, entregar a pizza? A maioria desses trabalhos &eacute; feita por imigrantes indocumentados&rdquo;, lembrou Tracy.</p> <p> Outro fator que dificultaria a execu&ccedil;&atilde;o da deporta&ccedil;&atilde;o em massa, de acordo com Tracy, seria o alto custo das opera&ccedil;&otilde;es. &ldquo;Deportar todos os imigrantes despenderia tempo, dinheiro e pessoas treinadas para procurar, deter, levar &agrave; Corte (direito de defesa) e deportar. Um custo muito alto&rdquo;.</p> <p> E ainda existe a quest&atilde;o dos filhos dos imigrantes ilegais, nascidos nos EUA. Eles s&atilde;o americanos e, portanto, n&atilde;o podem ser deportados. O que fazer com essas crian&ccedil;as e suas fam&iacute;lias.</p> <p> &nbsp;</p> <p> Perguntada se os imigrantes ilegais devem se preocupar com as declara&ccedil;&otilde;es do pr&eacute;-candidato republicano, Tracy afirmou que n&atilde;o. &ldquo;Trump diz isso porque ele &eacute; estupido, ele fala o que vem na cabe&ccedil;a dele e n&atilde;o tem entendimento da complexidade da situa&ccedil;&atilde;o&rdquo;. E concluiu: &ldquo;Trump nasceu em um ber&ccedil;o de privil&eacute;gios e nunca precisou trabalhar. Ele fala isso somente para chamar a aten&ccedil;&atilde;o da m&iacute;dia&rdquo;.</p> <p> <strong>Fomentando o &oacute;dio e a discrimina&ccedil;&atilde;o</strong></p> <p> Co-fundadora e diretora executiva do Grupo da Mulher Brasileira (Boston) , Helo&iacute;sa Maria Galv&atilde;o acredita que &ldquo;as declara&ccedil;&otilde;es do Trump s&atilde;o uma ofensa grande, n&atilde;o somente para com os imigrantes, mas a todos os seres humanos, porque a maneira como ele fala &eacute; desrespeitosa, ignorante e grosseira&rdquo;.</p> <p> Helo&iacute;sa Galv&atilde;o destacou que o pr&eacute;-candidato &ldquo;ignora a hist&oacute;ria desse pa&iacute;s, feita por imigrantes&rdquo;. E ressaltou: &ldquo;como Trump pode se arvorar em falar mal de imigrantes?&rdquo; Isso porque ele tamb&eacute;m &eacute; descendente de imigrantes. Sua m&atilde;e nasceu na Esc&oacute;cia&nbsp;e os av&oacute;s paternos eram imigrantes alem&atilde;es.</p> <p> &ldquo;Trump fala como uma pessoa que quer chamar a aten&ccedil;&atilde;o para si mesmo. Ele &eacute; o porta-voz da ala mais conservadora do Partido Republicano, &eacute; um boi de piranha &ndash; fala o que algumas pessoas gostariam de falar mas n&atilde;o t&ecirc;m coragem&rdquo;, ressaltou Galv&atilde;o.</p> <p> Com suas declara&ccedil;&otilde;es, continuou Helo&iacute;sa Galv&atilde;o, o pr&eacute;-candidato republicano &ldquo;cria controv&eacute;rsia, coloca uma pessoa contra a outra e fomenta o &oacute;dio, a discrimina&ccedil;&atilde;o e o preconceito. E enquanto dermos aten&ccedil;&atilde;o a ele, estaremos deixando de focar em quest&otilde;es importantes, entre elas, a aprova&ccedil;&atilde;o de leis que dar&atilde;o melhores condi&ccedil;&otilde;es de vida n&atilde;o apenas para os imigrantes, mas para todas as pessoas&rdquo;.</p> <p> <strong>Processo eleitoral nos EUA</strong></p> <p> Os americanos eleger&atilde;o um novo presidente da Rep&uacute;blica em novembro de 2016. O atual presidente Barack Obama n&atilde;o pode correr &agrave; reelei&ccedil;&atilde;o, porque a Constitui&ccedil;&atilde;o dos Estados Unidos limita um presidente a dois mandatos de quatro anos. Obama est&aacute; em seu segundo mandato.</p> <p> Existem dois grandes partidos pol&iacute;ticos nos EUA: Republicano (mais conservador) e Democrata (mais liberal). Entre fevereiro e junho do pr&oacute;ximo ano, cada um dos cinquenta estados americanos ir&aacute; realizar uma &quot;elei&ccedil;&atilde;o prim&aacute;ria&quot;, em separado. As pessoas que se identificam como republicanas ir&atilde;o &agrave;s urnas e far&atilde;o as suas escolhas entre os candidatos republicanos. H&aacute; atualmente mais de uma dezena de republicanos que buscam a indica&ccedil;&atilde;o do seu partido. As pessoas que se identificam como democratas, far&atilde;o o mesmo, tendo apenas tr&ecirc;s candidatos para escolher.</p> <p> Em muitos estados, pessoas que afirmam ser &quot;independentes&quot; e que n&atilde;o se identificam com qualquer uma das partes pode votar em qualquer um: republicano ou democrata.</p> <p> Por&eacute;m, nas &uacute;ltimas elei&ccedil;&otilde;es, candidatos independentes se lan&ccedil;aram na corrida presidencial e tradicionalmente tiraram votos tanto de republicanos quanto democratas (pesquise Ralph Nader). Na elei&ccedil;&atilde;o passada, mais de 400 candidatos apresentaram seus nomes para a presid&ecirc;ncia e h&aacute; todo tipo de proposta - Libert&aacute;rios, Verdes, etc.&nbsp;</p> <p> A etapa seguinte s&atilde;o as Conven&ccedil;&otilde;es Nacionais dos dois grandes partidos, no m&ecirc;s de agosto. Cada estado envia para a Conven&ccedil;&atilde;o um n&uacute;mero diferente de delegados, que varia, por exemplo, de acordo com a sua respectiva popula&ccedil;&atilde;o. Esses delegados escolhem o candidato do seu partido.</p> <p> Destas assembleias, uma das mais importantes &eacute; a de New Hampshire, que d&aacute; ao vencedor moral e costuma atrair mais doadores para a campanha.</p> <p> A campanha presidencial come&ccedil;ar&aacute; ap&oacute;s as conven&ccedil;&otilde;es, quando haver&aacute; apenas um candidato do Partido Republicano e um candidato do partido Democrata. A elei&ccedil;&atilde;o ser&aacute; em novembro pr&oacute;ximo.</p> <p> &nbsp;</p> <p> Nos EUA, o presidente n&atilde;o &eacute; eleito por maioria do voto popular nacional. Os estados realmente elegem o presidente. Cada estado tem um n&uacute;mero de votos (chamados de &quot;votos eleitorais&quot;) com base em sua popula&ccedil;&atilde;o. O candidato que obtiver a maioria dos votos populares em cada Estado recebe todos os votos eleitorais daquele Estado. O candidato que obt&eacute;m a maioria de todos os votos eleitorais expressos torna-se presidente. Isso quase sempre corresponde ao voto popular nacional, mas &agrave;s vezes n&atilde;o. Por exemplo, na elei&ccedil;&atilde;o de 2000 o presidente, George W. Bush foi eleito presidente porque ele recebeu a maioria dos votos eleitorais, mas na verdade teve menos votos populares em n&iacute;vel nacional do que o democrata AlGore.</p> <p> <strong>O que diz as pesquisas</strong></p> <p> O pr&eacute;-candidato republicano Donald Trump teve momentos de destaque nas pesquisas de inten&ccedil;&atilde;o de votos. Em junho, por exemplo, ele chegou a 14% &agrave; frente do segundo colocado do seu partido, o cirurgi&atilde;o Ben Carson. Mas essa diferen&ccedil;a vem caindo a cada dia e, na mais recente pesquisa nacional, divulgada pela <em>Fox News&nbsp; Poll</em>, o percentual entre eles &eacute; de apenas 1%.</p> <p> Esse n&uacute;meros podem mudar a partir de hoje &agrave; noite (quarta-feira), depois do terceiro debate entre os pr&eacute;-candidatos republicanos. O debate ser&aacute; transmitidoao vivo pela TV e o desempenho dos participantes pode alterar o cen&aacute;rio.</p> <p> Entre os democratas, Hillary Clinton (esposa do ex-presidente Bill Clinton) lidera a corrida presidencial com 45% das inten&ccedil;&otilde;es de votos contra 25% para Bernie Sanders.</p> <p> &nbsp;</p> <p> Jornalista Tereza Leite</p> <p> Fotos Facebook</p>

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