22/06/2015 20h22
D?vida coloca Hospital Margarida no CTI
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Na noite de quinta-feira, 18, uma audiência pública tratou sobre a crise financeira no Hospital Margarida, único da cidade e referência na região. Na oportunidade, o atual administrador da Casa de Saúde, Ronaldo Neves, foi bondoso ao dizer que a entidade “não está bem”. A colocação é referente à dívida do Margarida que ultrapassa R$ 9,360 milhões. O montante foi apresentado pelo consultor contábil Ledes Cota Júnior.</p>
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Apesar dos valores apresentados, especula-se nos bastidores que a dívida ultrapasse R$14 milhões.</p>
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Segundo dados repassados por Ledes, o déficit mensal do hospital chega a R$ 155 mil. Para reverter a conta, o hospital busca saídas. Uma delas seria aumentar o caixa com recursos na ordem de R$ 39 mil/mês provenientes de convênios com os municípios vizinhos que fariam o repasse de R$ 0,50 por habitante para ajuda de custo do Margarida. Das seis cidades que propuseram ajudar, apenas João Monlevade faz a doação do recurso. Bela Vista de Minas e Nova Era começam a colaborar neste mês.</p>
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Outra tentativa apontada é o projeto de Parceria Público-Privada em Cirurgia Avançada. Na qual podem ser oferecidos procedimentos cirúrgicos de laparoscopia e de ressonância magnética, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, o Hospital Margarida passaria a receber recursos de alta complexidade, o que aumentaria o caixa da instituição. Segundo Ronaldo Neves, na próxima sexta-feira (26), o projeto será apresentado aos médicos. “É uma iniciativa importante porque a cidade pode-se tornar referencia no Estado neste tipo de cirurgia. É um projeto inovador e que também garantia recursos para a cidade, com movimento da economia”, observou Ronaldo.</p>
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Ainda para equilibrar as finanças do hospital seria o aumento da realização de exames na unidade de saúde. Para isso, é preciso apoio da população em realizar os serviços no hospital. Para facilitar o acesso, é estudada a implantação de postos de coleta nas regiões do centro e do bairro Cruzeiro Celeste.</p>
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<strong>Unificação</strong></p>
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A unificação dos atendimentos de urgência e emergência do município foi outro assunto abordado durante a audiência pública. Presente ao encontro, a secretaria municipal de Saúde, Andréa Peixoto, relembro o estudo realizado em 2010, pela administração anterior, que orienta que o município unifique os serviços do Pronto Atendimento (PA) com o do Hospital Margarida.</p>
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“Este é um anseio para que aconteça. Estudos de viabilidade estão em andamento, mas hoje, por conta da situação financeira, esta unificação é impossível. Para unificar, é preciso investir”, disse a secretária que completou: “nada será feito sem ser pensado. É preciso ter os pés nos chão, pois os recursos estão cada vez mais escassos, tanto no Estado quanto na União”.</p>
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O médico e vice-prefeito Railton Franklin (PDT) também comentou sobre a unificação e destacou que antes que a junção dos serviços ocorra é essencial promover campanha de esclarecimento junto à população. “A unificação deve ser feita aos poucos. Primeiro, desativando o Pronto Atendimento no período noturno”, observou o clínico.</p>
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<strong>Maternidade</strong></p>
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Os atendimentos na maternidade do Hospital Margarida estão assegurados segundo informações. Teria sido realizado acordo para os pagamentos atrasados aos médicos plantonistas e a escala de pediatras e obstetras está completa.</p>