27/02/2015 10h13
Fora dos padr?es: quebra molas ou quebra carros?
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A cada dia que passa surgem novos quebra-molas pela cidade de João Monlevade, em muitos casos onde haviam semáforos que foram danificados.</p>
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O quebra-molas passou a ser um meio rápido e prático para a prefeitura para tentar conter o excesso de velocidade dos veículos, conduzidos por motoristas irresponsáveis, e que acaba afetando toda a população, ocasionando grandes prejuízos aos proprietários.</p>
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Um amortecedor, por exemplo, que deveria ter uma vida útil em uma situação normal de uso, em torno de 50.000 mil quilômetros, com a quantidade de quebra molas, sem contar os buracos e os buracos mal remendados pela cidade, provavelmente tem sua duração reduzida para pelo menos, a metade deste número.</p>
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Outro custo que acaba recaindo aos donos de veículos é o aumento no consumo de combustíveis e manutenção provocados pelas constantes trocas de marchas e frenagens.</p>
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O problema é que estas lombadas, sem sinalização adequada e fora dos padrões da legislação brasileira, podem provocar desde avarias em veículos até graves acidentes de trânsito.</p>
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<strong>O que diz o Contran</strong></p>
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O Contran (Conselho Nacional de Trânsito), que disciplina o assunto no CBT (Código Brasileiro de Trânsito, lei federal nº 9.503/97), restringe a colocação de ondulações, lombadas ou quebra-molas, conforme a denominação que se queira dar a esses incômodos redutores de velocidade. "É proibida a utilização de ondulações transversais e de sonorizadores como redutores de velocidade, salvo em casos especiais definidos pelo órgão ou pela entidade competente, nos padrões e critérios estabelecidos pelo Contran".</p>
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Portanto, cabe ao Município apontar a sinalização adequada, com base na legislação, colocando placas de indicação de velocidade máxima permitida, evitando assim que o redutor não vire um obstáculo infeliz para motoristas.</p>
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O Art. 1º do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) diz que a implantação de ondulações transversais e sonorizadores nas vias públicas dependerá de autorização expressa da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via, podendo ser colocadas após estudo de outras alternativas de engenharia de tráfego, quando estas possibilidades se mostrarem ineficazes para a redução de velocidade e acidentes.</p>
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As ondulações transversais às vias públicas denominam-se “Tipo I e Tipo II” e deverão atender aos projetos-tipo constantes nesta resolução. Elas devem obedecer a Resolução nº 39/98 do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). No tipo 1 devem ter as medidas de 8 cm de altura por 1,5m de largura e no tipo 2 devem ter 10 cm de altura por 3m de largura, ambos com o comprimento igual a largura da rua. Devem ser utilizados somente em último caso para a prevenção de acidentes.</p>
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Em João Monlevade nenhum dos quebra-molas foram instalados obedecendo esses critérios do Contran, que é a Lei maior deste país para tratar do assunto. Isso é fácil perceber, basta dar um volta de carro ou moto pela cidade e passar sobre eles. Todos feitos na base do “olhometro”.</p>
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<strong>Re-trabalho</strong></p>
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No início da semana o Setor de Trânsito (Setran), da Prefeitura, refez o redutor próximo à Associação dos Aposentados, no Bairro Baú, e pegou muitos motoristas de surpresa. Além de estar totalmente fora das especificações, a iluminação no local era deficiente e sem sinalização. Vários veículos foram danificados em função disso.</p>
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O problema pode ser constatado também nos quebra-molas instalados ao longo da Avenida Armando Fajardo que corta os bairros, Cruzeiro Celeste e Loanda. Quando o carro está cheio de passageiros é inevitável que o assoalho seja atingido.</p>
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Os quebra-molas servem para mostrar e provocar que a velocidade naquele local deve ser menor, mas a maioria deles desrespeitam a lei e fazem verdadeiros obstáculos nas ruas da cidade.</p>
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Muitos acidentes graves acontecem por causa desses quebra-molas irregulares e mal sinalizados. Uma simples lei como essa não é cumprida e não parece haver ninguém para fiscalizar.</p>
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<strong>Re-trabalho 2</strong></p>
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Na tarde dessa quarta-feira, 25 e manhã desta quinta-feira, 26, funcionários do Setran repararam um redutor de velocidade em frente à Associação dos Aposentados que estava, visivelmente, fora dos padrões estabelecidos pelo Contran, mas mesmo assim, ele ainda continua fora do padrão conforme a norma do órgão.</p>
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Segundo funcionários que estavam no local, será construído outro redutor na Avenida Getúlio Vargas, próximo ao Posto de Combustíveis no Bairro Baú, onde no ano passado uma mulher foi atropelada e morreu a caminho do hospital. Informaram ainda que os demais redutores irregulares não vão passar por reformas.</p>
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Ainda de acordo com os funcionários, os demais redutores da cidade vão passar por uma revitalização na sinalização.</p>
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O chefe do Settran, Jorge Lial, esteve no local acompanhando as obras e revelou que a intenção é aumentar a altura dos quebra-molas na região. Além da modificação nos dois redutores perto da Associação dos Aposentados, será feita intervenção em frente ao Pronto Atendimento. “A intenção é promover mais segurança. Vamos fazer as modificações à medida que tivermos asfalto”, disse.</p>
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<em>Com Informações e fotos Bell Silva</em></p>