25/02/2015 09h50
Neve: bom ou ruim? Depende do ponto de vista
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Tem muito brasileiro nos Estados Unidos contando os minutos para a chegada da Primavera, em março. Tudo isso por causa de um inverno rigoroso, com frio intenso e uma nevasca que não dá trégua. É tanta neve que, em alguns locais, chega perto das janelas, invade as praças, ruas e rodovias e “prende” muita gente dentro de casa.</p>
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Liziane Nogueira, mudou-se da cidade de Resende (RJ) para Natick, no estado americano de Massachusetts (MA), há 8 meses. Acostumada a uma temperatura média acima dos 30 graus C, vem enfrentando, nas últimas semanas, temperaturas próximas aos 20 graus abaixo de zero. “A maioria dos brasileiros chega nos EUA e sonha em ter o primeiro contato com a neve. Mas essa empolgação passa rápido, assim que surge a primeira tempestade”, afirma.</p>
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Para Lisiane, a pior parte do inverno é ter que retirar a neve em frente à porta da casa e na entrada da garagem: “moro em uma rua estreita e isso dificulta muito o acesso. São nesses momentos de sufoco que sinto saudades do Brasil”, relata.</p>
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Jamilli Cunha engrossa a torcida pelo fim da estação, mas os motivos são outros. “Estudo dois dias da semana em Boston e as aulas já foram canceladas quatro vezes. Eu saio no prejuízo, porque a escola está paga. Outro problema, é que todo esse transtorno atrasa a conclusão do curso”, justifica.</p>
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“Esse inverno está muito rigoroso e difícil de lidar”, desabafa Jamilli, que chegou nos EUA há um ano e 9 meses e mora na cidade de North Easton, também em Massachusetts.</p>
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Massachusetts é um dos estados americanos que abriga uma grande comunidade brasileira, juntamente com a Flórida.</p>
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<strong>Do problema para a oportunidade</strong></h4>
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Se para alguns brasileiros o inverno é um grande problema, para outros é fonte de renda e geração de empregos. É o caso de Sílvio Júnior, natural de Ipanema (MG) e que há 10 anos mora nos Estados Unidos.</div>
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Sílvio tem uma empresa de montagem de <em>roof</em> (telhados) e, nessa época do ano, por causa da neve, os pedidos são reduzidos drasticamente. Mas, o que poderia ser uma grande dor de cabeça, transformou-se em oportunidade. Sílvio decidiu investir a sua experiência e o tempo livre em outra atividade: retirada de neve dos telhados e ao redor de estabelecimentos comerciais e residências.</div>
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“Esse ano a neve demorou, mas veio com força”, disse Sílvio. “Estamos trabalhando sem parar. Todos os dias, eu saio de casa às 5h da manhã e só retorno às 20h. Em alguns momentos, estamos trabalhando também à noite, para dar conta da demanda”, afirmou.</p>
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“Eu abracei essa oportunidade com unhas e dentes e você não tem noção do quanto eu estou feliz”, relatou Sílvio. Segundo ele, o resultado financeiro tem sido significativamente melhor, em comparação com o negócio regular de montagem de <em>roof</em>.</p>
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Sílvio não trabalha sozinho. Segundo ele, somente esse ano, foram contratadas cerca de 80 pessoas para ajudá-lo na retirada da neve dos telhados. Cada um recebe 20 dólares por hora/trabalhada, com pagamento feito em “cash” – isso significa dinheiro livre de taxas e impostos.</p>
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Como Silvio, muitos outros brasileiros coordenam trabalhos e limpeza de telhados nessa época do ano. Nas redes sociais, é fácil encontrar anúncios de pessoas oferendo o trabalho e de pessoas precisando dos profissionais. </p>
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<strong>Confira, aqui, as fotos enviadas pelos entrevistados.</strong></p>
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Você que está no Brasil, acesse o link abaixo para ter uma noção da realidade na região de New England, que engloba os estados americanos de Connecticut, Maine, Massachusetts, Nova Hampshire, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Rhode_Island" title="Rhode Island">Rhode Island</a> e Vermont.</p>
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<a href="http://www.buzzfeed.com/mjs538/please-stop-snowing?fb_action_ids=10153072126532236&fb_action_types=og.shares#.wn9nwNmzK">http://www.buzzfeed.com/mjs538/please-stop-snowing?fb_action_ids=10153072126532236&fb_action_types=og.shares#.wn9nwNmzK</a></p>
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<em>Jornalista Maria Terezinha</em></p>
