20/02/2015 06h38
Cen?rios - Vai brincar com "A quaresma"
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Enquanto isso naquele cemitério</p>
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- Nó, gente. Que doidêra. Nós aqui no cemitério em plena quaresma.</p>
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- Nós somos é muito doidos. Esse lugar é sinistro.</p>
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- Sinistro nada, sô. As almas não ficam aqui. Elas descem pra assombrar os vivos.</p>
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- Sei lá. E as almas preguiçosas? As almas dos baianos, por exemplo.</p>
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- Olha o bullying racial hein?</p>
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- Que isso, véi. Até parece que tem alguém ouvindo.</p>
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- Você tem certeza que o coveiro não vem aqui, né?</p>
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- Claro. Eu vi ele lá na praça e ele tá monitorado. Se sair da praça um brother liga pra mim e dá tempo da gente se mandar.</p>
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- Mas ele mora aqui no cemitério?</p>
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- Sim. Naquela casinha ali.</p>
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- Mas ali não é um túmulo?</p>
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- Não, sô. Ele mora ali.</p>
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- Que sinistro. Vamos olhar de perto?</p>
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- Vamos uai. Por que não?</p>
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- Vejam. Ele mora aqui mesmo. Tem roupas no varal...</p>
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- Caramba...que doido.</p>
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- Ei...me passe a garrafa...deixa eu dar um gole.</p>
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- Toma.</p>
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- O que você colocou aqui? Que bebida é essa?</p>
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- Misturei várias coisas...vodka, rum, Martini, campari, wisck e cachaça.</p>
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- Credo. Tá parecendo lava incandescente.</p>
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De repente um barulho...</p>
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- Caramba. O que foi isso? Um barulho dentro da casa?</p>
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- Não...foi atrás da casa.</p>
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- Vamos embora, pessoal. Tem alguém aí.</p>
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- Calma sô! Não tem muro. Vamos ver o que tem lá.</p>
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- Deixa eu tomar mais uma talagada. Urúh. Vamos lá então.</p>
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Eles chegaram e viram algo muito estranho.</p>
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- Véi. O que é aquilo?</p>
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- É...uma jaula...</p>
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- E o que é aquilo dentro?</p>
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- Parece...um...</p>
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- Um lobisomem...vamos embora.</p>
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- Veja ali. Tem umas roupas no chão...</p>
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- Caralho, velho. Eu conheço aquele boné...e aquela roupa. É do DJ que tocou no baile ontem.</p>
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- Será que ele que vira lobisomem?</p>
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DE REPENTE A LUA CHEIA SAIU DE TRÁS DAS NUVENS E O LOBISOMEM COMEÇOU A UIVAR.</p>
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- Véi. Vão bora daqui. Cremdeuspai...</p>
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- Vamos nessa...nossinhora.</p>
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OS RAPAZES SAIRAM CORRENDO E CHEGARAM NA PRAÇA OFEGANTES, SUADOS, MEIO PERDIDOS.</p>
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- Véi. Perdi meu fone. Tô fudido com pai.</p>
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- Que fone, sô. Nós vimos um lobisomem.</p>
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- Sei não viu. O que você colocou naquela garrafa? Tinha chá de cogumelo no meio, não tinha?</p>
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- Tinha só álcool sô. Nós vimos aquela coisa mesmo.</p>
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- Nossa senhora. E o que nós vamos fazer?</p>
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- Eu sei que não volto no cemitério tão cedo.</p>
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- Véi. Disfarça. Olha quem vem ali.</p>
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- Nossa. É ele. O DJ.</p>
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- E aí, pessoal. Tudo beleza? Algum de vocês perdeu um fone?</p>
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- Eu...</p>
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- Encontrei quando vinha pra cá. Imaginei que fosse de um de vocês.</p>
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- Valeu.</p>
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- DJ...me diga uma coisa. Você por acaso esteve no...</p>
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- Estive no cemitério buscando uns discos de vinil antigos. Você conhece o coveiro? Ele tem muitos discos antigos.</p>
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- Ah tá. E você esteve lá hoje?</p>
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- Sim. Encontrei com uns amigos. Foi muito legal.</p>
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- Ah tá. Encontrou-se com amigos em plena quaresma no cemitério. Não tem medo?</p>
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- Por que eu teria?</p>
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- E que amigos eram esses? A Mula sem cabeça? O saci pererê? A madame mim?</p>
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- Não. Uma turma que foi lá pra tomar um porre e profanar os mortos.</p>
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- Sei. Mas o que vai acontecer com essa turma?</p>
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- Ih. Eles foram expostos à lua de Nosferatu.</p>
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- E o que isso significa?</p>
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- Que todos os anos na quaresma eles vão virar...</p>
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- Credo. Dj. Você só pode estar brincando.</p>
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- Vai brincar com quaresma...</p>
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<em>MARCOS MARTINO</em></p>
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