Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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03/10/2014 09h59

ENTREVISTA ESPECIAL: DILMA ROUSSEFF

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<p> <em>Candidata &agrave; reelei&ccedil;&atilde;o como presidente da Rep&uacute;blica, Dilma Rousseff nasceu em Minas Gerais, tem 66 anos e &eacute; economista. Foi a primeira mulher eleita para o cargo no Brasil. Antes, no governo do ex-presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva, foi ministra de Minas e Energia - per&iacute;odo em que introduziu o biodiesel na matriz energ&eacute;tica brasileira e criou o programa Luz para Todos - e da Casa Civil, quando assumiu a dire&ccedil;&atilde;o do Programa de Acelera&ccedil;&atilde;o do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida, al&eacute;m da coordena&ccedil;&atilde;o da Comiss&atilde;o Interministerial encarregada de definir as regras para a explora&ccedil;&atilde;o das ent&atilde;o rec&eacute;m-descobertas reservas de petr&oacute;leo na camada pr&eacute;-sal. Entrou na vida pol&iacute;tico-partid&aacute;ria pelo PDT-RS e no ano 2000 filiou-se ao PT-RS. Nesta entrevista exclusiva feita pela Associa&ccedil;&atilde;o dos Di&aacute;rios do Interior do Brasil e Centrais de Di&aacute;rios do Interior (ADI-BR/CDI), ela afirma: &ldquo;Vamos adotar medidas que resultem no incremento da produtividade e da competitividade dos nossos produtos e aumentar ainda mais os investimentos em infraestrutura, como em ferrovias, portos, rodovias e hidrovias&rdquo;. Com o n&uacute;mero 13 na urna, tem Michel Temer (PMDB) como candidato &agrave; reelei&ccedil;&atilde;o na vice-presid&ecirc;ncia.</em></p> <p> <strong>ADI - O Brasil possui 5.570 munic&iacute;pios. Cerca de 80%, com popula&ccedil;&atilde;o igual ou inferior a 30 mil pessoas. O que prev&ecirc; para as pequenas e m&eacute;dias cidades?</strong></p> <p> <strong>Dilma Rousseff - </strong>Nesses tr&ecirc;s &uacute;ltimos mandatos presidenciais, dois do ex-presidente Lula e um meu, houve uma mudan&ccedil;a de qualidade na rela&ccedil;&atilde;o da Uni&atilde;o com os estados e munic&iacute;pios, inclusive, e especialmente, com os munic&iacute;pios menores. Inauguramos uma rela&ccedil;&atilde;o de parceria e de respeito com os munic&iacute;pios, o que rendeu muitos frutos para os seus habitantes. Considerando que as cidades grandes e m&eacute;dias j&aacute; estavam sendo contempladas, decidimos dar uma aten&ccedil;&atilde;o especial aos munic&iacute;pios menores, de at&eacute; 50 mil habitantes (90% do total) o que, obviamente, inclui os que t&ecirc;m at&eacute; 30 mil.</p> <p> Para apoiar obras de abertura e manuten&ccedil;&atilde;o das estradas vicinais, destinamos a essa parcela de munic&iacute;pios 18 mil m&aacute;quinas e equipamentos, o que est&aacute; sendo fundamental para agilizar o escoamento da produ&ccedil;&atilde;o agr&iacute;cola, baixando os custos de produ&ccedil;&atilde;o. O investimento foi de cerca de R$ 5 bilh&otilde;es, o que significa R$ 1 milh&atilde;o para cada munic&iacute;pio. Em maio deste ano, tive a oportunidade de anunciar investimentos de R$ 2,8 bilh&otilde;es na terceira etapa das a&ccedil;&otilde;es de saneamento do <em>PAC-2</em>, para 635 cidades de at&eacute; 50 mil habitantes, de 26 estados da Federa&ccedil;&atilde;o. As cidades menores foram contempladas tamb&eacute;m com 24.500 &ocirc;nibus, 96.000 bicicletas e 1.000 lanchas para serem usados como ve&iacute;culos escolares. Sem contar programas como, por exemplo, o <em>Luz para Todos</em>, que atendeu mais de 15 milh&otilde;es de habitantes das &aacute;reas rurais, o <em>Bolsa Fam&iacute;lia</em>, que chega a todos os munic&iacute;pios brasileiros, o <em>Farm&aacute;cia Popular</em> e o <em>&Aacute;gua para Todos</em>, que permitiu ao Semi&aacute;rido e outras regi&otilde;es enfrentar a escassez de &aacute;gua sem os grandes &ecirc;xodos que aconteciam no passado. Para o pr&oacute;ximo mandato, planejamos continuar beneficiando os munic&iacute;pios com at&eacute; 50 mil habitantes com investimentos em sa&uacute;de, educa&ccedil;&atilde;o, infraestrutura e combate &agrave; desigualdade. Outra proposta para o segundo mandato, que vai beneficiar os pequenos munic&iacute;pios, &eacute; a reforma federativa, que &eacute; necess&aacute;ria para tornar mais &aacute;geis e eficientes os servi&ccedil;os p&uacute;blicos. Vou propor tamb&eacute;m o aumento em 1% do FPM, que &eacute; o Fundo de Participa&ccedil;&atilde;o dos Munic&iacute;pios.</p> <p> <strong>ADI - Como a senhora v&ecirc; a quest&atilde;o do Pacto Federativo e qual o principal ponto a ser revisto?</strong></p> <p> <strong>DR - </strong>Como j&aacute; disse na resposta anterior, sou favor&aacute;vel tanto ao aumento do FPM quanto &agrave; reforma federativa. J&aacute; se v&atilde;o 26 anos desde a promulga&ccedil;&atilde;o da Constituinte de 1988, que inovou ao estabelecer compet&ecirc;ncias compartilhadas entre Uni&atilde;o, estados e munic&iacute;pios em algumas &aacute;reas. Mas o texto n&atilde;o teve as revis&otilde;es necess&aacute;rias para resolver problemas que resultaram da din&acirc;mica das rela&ccedil;&otilde;es federativas do pa&iacute;s. Pregamos uma reforma federativa, que defina melhor as atribui&ccedil;&otilde;es dos entes federados e d&ecirc; maior agilidade &agrave; presta&ccedil;&atilde;o dos servi&ccedil;os p&uacute;blicos sob a responsabilidade de mais de uma unidade da Federa&ccedil;&atilde;o &ndash; Uni&atilde;o, estados e munic&iacute;pios. Os servi&ccedil;os de sa&uacute;de e educa&ccedil;&atilde;o, por exemplo, t&ecirc;m responsabilidade compartilhada entre os entes federados, mas apenas o primeiro foi constitu&iacute;do como um sistema, o SUS &ndash; Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de. A educa&ccedil;&atilde;o &eacute; compartimentada &ndash; e um Sistema &Uacute;nico de Educa&ccedil;&atilde;o poderia trazer ganhos efetivos para a popula&ccedil;&atilde;o usu&aacute;ria da educa&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica.</p> <p> Nesse per&iacute;odo de vig&ecirc;ncia da Constitui&ccedil;&atilde;o de 1988, tamb&eacute;m se acentuaram problemas resultantes do crescimento urbano, como os fen&ocirc;menos de conurba&ccedil;&atilde;o de regi&otilde;es metropolitanas, ou seja, de unifica&ccedil;&atilde;o das &aacute;reas urbanas de duas ou mais cidades. Um novo Pacto Federativo tem que dar conta tamb&eacute;m do planejamento urbano e da gest&atilde;o dos servi&ccedil;os p&uacute;blicos nessas regi&otilde;es. &Eacute; claro que, nessas discuss&otilde;es, a partilha de impostos deve ser revista de acordo com os ajustes feitos na divis&atilde;o de atribui&ccedil;&otilde;es entre a Uni&atilde;o, estados e munic&iacute;pios.</p> <p> <strong>ADI - Como vai lidar com a &aacute;rea social?</strong></p> <p> <strong>DR - </strong>Os programas sociais ser&atilde;o mantidos, evidentemente, sob duas perspectivas. Primeiro, para manter pr&oacute;ximo a zero a pobreza absoluta, como est&aacute; hoje. Os organismos internacionais consideram que a situa&ccedil;&atilde;o de mis&eacute;ria foi superada pelo Brasil, pelo crit&eacute;rio da renda. Relat&oacute;rio recente da ONU informa que o Brasil, finalmente e pela primeira vez na hist&oacute;ria, foi exclu&iacute;do do chamado <em>Mapa da Fome</em>. Segundo, para dar condi&ccedil;&otilde;es &agrave;s fam&iacute;lias que sa&iacute;ram da mis&eacute;ria, e &agrave;s fam&iacute;lias que conseguiram superar a pobreza, de n&atilde;o retrocederem na escala social. Para isso, n&atilde;o apenas manteremos os programas sociais existentes, como ampliaremos os programas de inclus&atilde;o produtiva, como o <em>Pronatec</em>, <em>Bolsa Fam&iacute;lia</em> e os programas para a agricultura familiar, entre outros.</p> <p> <strong>ADI - No caso de sua reelei&ccedil;&atilde;o, quais os planos para a retomada do crescimento econ&ocirc;mico e o controle da infla&ccedil;&atilde;o?</strong></p> <p> <strong>DR - </strong>Vamos adotar medidas que resultem no incremento da produtividade e da competitividade dos nossos produtos e aumentar ainda mais os investimentos em infraestrutura, como em ferrovias, portos, rodovias e hidrovias. Temos que visar tamb&eacute;m a qualifica&ccedil;&atilde;o da nossa m&atilde;o de obra, com aten&ccedil;&atilde;o especial &agrave; educa&ccedil;&atilde;o. Com essas medidas, aliadas a outras que possam acabar com o cipoal de entraves burocr&aacute;ticos, teremos condi&ccedil;&otilde;es para o deslanche das atividades econ&ocirc;micas. O restante fica a cargo do dinamismo empresarial. Quanto &agrave; infla&ccedil;&atilde;o, continuaremos com uma pol&iacute;tica fiscal austera e uma pol&iacute;tica econ&ocirc;mica robusta para manter o &iacute;ndice dentro das metas estabelecidas pelo Conselho Monet&aacute;rio Nacional (CMN), como sempre fizemos. Ali&aacute;s, nos &uacute;ltimos onze anos (oito do governo Lula e tr&ecirc;s meus, fechados em dezembro), a infla&ccedil;&atilde;o m&eacute;dia anual ficou em 5,9%, a mais baixa de todos os governos, desde que o IBGE come&ccedil;ou a medir o IPCA, em 1980. No governo do PSDB, por exemplo, a infla&ccedil;&atilde;o m&eacute;dia anual foi de 9,2%. E n&atilde;o havia a gritaria de hoje em dia contra o que decidiram chamar de &ldquo;explos&atilde;o da infla&ccedil;&atilde;o&rdquo;.</p> <p> <strong>ADI - Qual sua prioridade em:</strong></p> <p> <strong>Infraestrutura &ndash;</strong>Com o <em>PAC-3</em>, prosseguir realizando as obras de infraestrutura log&iacute;stica, energ&eacute;tica e social/urbana, indispens&aacute;veis para o desenvolvimento do pa&iacute;s.</p> <p> <strong>Educa&ccedil;&atilde;o &ndash;</strong>Investir na universaliza&ccedil;&atilde;o dos ensinos b&aacute;sico, m&eacute;dio e universit&aacute;rio, e concentrar esfor&ccedil;os na melhoria da qualidade do ensino em todos os n&iacute;veis.</p> <p> <strong>Sa&uacute;de &ndash; </strong>Reduzir a fila para o atendimento especializado, como Pediatria, Cardiologia, Ortopedia e Ginecologia, com o <em>Mais Especialidades.</em></p> <p> <strong>Seguran&ccedil;a &ndash;</strong>Promover a articula&ccedil;&atilde;o dos &oacute;rg&atilde;os de seguran&ccedil;a estaduais e federais, aproveitando a experi&ecirc;ncia muito bem-sucedida da Copa do Mundo deste ano.</p> <p style="text-align: right;"> <strong>Por Andr&eacute;a Leonora | Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula | Leia a &iacute;ntegra da entrevista em </strong><a href="http://www.centraldediarios.com.br/"><strong>www.centraldediarios.com.br</strong></a></p> <p style="text-align: right;"> Entrevista exclusiva disponibilizada para publica&ccedil;&atilde;o em 135 di&aacute;rios que formam a rede Associa&ccedil;&atilde;o dos Di&aacute;rios do Interior (ADI Brasil) e Central de Di&aacute;rios do Interior (CDI), somando 4 milh&otilde;es de exemplares/dia e com potencial para atingir 20 milh&otilde;es de leitores. A for&ccedil;a do interior na integra&ccedil;&atilde;o editorial.</p>

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