Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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07/08/2014 20h46

Ocupa??o Isidoro - Belo Horizonte/Santa Luzia

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<p> A cada dia que se passa, aprendemos algo novo para um novo dia. No entanto, ao realizarmos essa produ&ccedil;&atilde;o aprendemos algo novo que levaremos para todos os dias: devemos simples e eternamente valorizar o lugar que temos para descansar ap&oacute;s cada dia de trabalho. A <strong>F imagens</strong> d&aacute; in&iacute;cio ao seu 3&ordm; document&aacute;rio na Ocupa&ccedil;&atilde;o do Isidoro, um espa&ccedil;o entre Belo Horizonte e Santa Luzia, onde fam&iacute;lias vivem sob a amea&ccedil;a de serem tiradas de suas casas.</p> <p> H&aacute; algumas semanas recebi um <em>email</em> do Pacelli Teodoro, estudante do p&oacute;s-doutorado, com a proposta de rodar um document&aacute;rio sobre seu projeto de pesquisa. Quando ele mencionou o tema, trocamos e-mails sobre os poss&iacute;veis conte&uacute;dos, mas, ainda ali, n&atilde;o imagin&aacute;vamos o qu&atilde;o intenso e impactante seria este trabalho.&nbsp;</p> <p> Foram 3 dias exaustivos, mas recompensadores, de grava&ccedil;&otilde;es. &Agrave; primeira vista, nos deparamos com o infeliz descaso dos seres humanos para com seus iguais.S&atilde;o mais de 12 mil fam&iacute;lias, que lutam por um espa&ccedil;o de terra para si e para os seus, correndoo risco de serem tiradas de suas casas a qualquer hora do dia ou da noite. Fam&iacute;lias que h&aacute; muitos anos pelejam na constru&ccedil;&atilde;o de suas casas (ou &ldquo;barracos&rdquo;, como s&atilde;o chamados por eles) e que, com um sorriso no rosto, esbo&ccedil;ando qualquer tipo de felicidade, fizeram valer cada instante que estivemos ali. Mas, al&eacute;m disso, tivemos o prazer e o privil&eacute;gio de conhecer hist&oacute;rias fant&aacute;sticas, como a do senhor Wanderly, ex militar, m&uacute;sico, e um dos fundadores da Ocupa&ccedil;&atilde;o, e a da dona Telma, que traz em seu rosto marcas da luta e do sofrimento de longos anos, mas conserva no sorriso estampado a gratid&atilde;o e a esperan&ccedil;a no espa&ccedil;o que chama de seu <em>(essas e muitas outras hist&oacute;rias estar&atilde;o, em breve, no document&aacute;rio completo em </em><strong><em>www.fimagens.com</em></strong><em>).</em></p> <p> Para esclarecer vale mencionar que estes locais, antes da ocupa&ccedil;&atilde;o, eram campos de mata fechada, isolada e abandonada. Sem luz, &aacute;gua, esgoto ou qualquer tipo de saneamento, os primeiros moradores chegaram, limparam e, com muito esfor&ccedil;o fizeram habit&aacute;vel o lugar que hoje chamamos de Ocupa&ccedil;&atilde;o do Isidoro. Na mesma ocupa&ccedil;&atilde;o h&aacute; 3 locais diferentes, uma esp&eacute;cie de 3 bairros, bairros estes que fazem limite com outros bairros vizinhos que v&atilde;o al&eacute;m da Ocupa&ccedil;&atilde;o, mas s&atilde;o exclu&iacute;dos do sistema sem direito a posto de sa&uacute;de, escola ou seguran&ccedil;a, simplesmente porque est&atilde;o &ldquo;do lado de l&aacute;&rdquo; &ndash; como se os limites do espa&ccedil;o fizessem de seus moradores menos humanos e/ou menos importantes.</p> <p> Da tranquilidade de nossos lares, de nossa zona de conforto &eacute; realmente dif&iacute;cil, qui&ccedil;&aacute; imposs&iacute;vel, imaginar o que acontece em uma ocupa&ccedil;&atilde;o. Conhecer de perto um pouco do dia a dia, conversar com moradores, se identificar com aquelas m&atilde;es, pais, crian&ccedil;as, idosos, gente trabalhadora... &Eacute; um convite instigante &agrave; reflex&atilde;o. Fam&iacute;lias socialmente invis&iacute;veis, politicamente sem voz, legalmente sem vez. Fam&iacute;lias incrivelmente solid&aacute;rias entre si, vivendo entre a esperan&ccedil;a da realiza&ccedil;&atilde;o de sonhos e o medo de serem acordados de madrugada e brutalmente arrancados de seus lares, por quem deveria proteg&ecirc;-los, a pol&iacute;cia. Gente que j&aacute; criou identidade com seu pedacinho de terra, sua horta, sua rua, seus vizinhos, em uma propriedade que estava ociosa h&aacute; anos e sem cumprir sua fun&ccedil;&atilde;o social, uma verdadeira &quot;terra de ningu&eacute;m&quot;. O que eu senti, ao conhecer as ocupa&ccedil;&otilde;es do Isidoro: Vit&oacute;ria, Rosa Le&atilde;o e Esperan&ccedil;a? Vontade de ser uma pessoa melhor e vergonha de todas as vezes que j&aacute; reclamei de minha vida. Os moradores das ocupa&ccedil;&otilde;es do Isidoro est&atilde;o em meu cora&ccedil;&atilde;o e, agora, fazem parte de minha vida! &quot;Enquanto morar for um privil&eacute;gio, ocupar ser&aacute; um direito!</p> <p> <strong>-D&eacute;bora Barcelos</strong></p> <p> A Ocupa&ccedil;&atilde;o Isidoro nos acresceu valores e nos fez recordar alguns outros que, com frequ&ecirc;ncia, deixamos de lado por seguir t&atilde;o cegamente algumas diretrizes do sistema. Acompanhem as novidades dessa produ&ccedil;&atilde;o pelo site<a href="http://www.fimagens.com/"><strong>www.fimagens.com</strong></a><strong>.</strong></p> <p> A previs&atilde;o de lan&ccedil;amento completo &eacute; para o m&ecirc;s de Outubro. Fiquem ligados!!!</p>

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