07/05/2013 18h00
Lusco-Fusco - Nosso Boteco
Thobias Almeida
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Senhoras e senhores, tomem assento e relaxem. Que tal um suquinho de laranja? Fiquem à vontade. Busquem a melhor cadeira da casa, do escritório ou do bar, fumem se assim desejarem, aproveitem o calor manso do Sol da manhã. Estarei aqui, cravado nessas páginas, à espera de uma raspa de atenção. Começaremos um relacionamento a partir de hoje, seremos cúmplices da realidade. Para tanto, precisaremos de calma e reflexão. Peço aos 13 fieis leitores que pretendo conquistar que usem esse momento semanal como uma pausa em meio ao frenesi do cotidiano. Aguardamos durante nove meses para desembuchar e não será agora que sucumbiremos à afobação imposta pelo mundo. Já terminaram o suco? Ótimo.</p>
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Carece de explicação como vim parar aqui. Foi fácil conseguir tal espaço precioso. Bastou pendurar o Dindão no topo da Serra do Seara e iniciar um papo tranquilo, segurando frouxamente a corda. Não demorou mais que três minutos para que ele aceitasse de bom grado a proposta de me tornar um colunista semanal do Bom Dia. A única exigência feita, além de não soltá-lo no espaço, foi que eu escrevesse sobre nossa época, esse corte histórico que revolta e apaixona, que nos deixa perplexos quase que diariamente, pelo bem e pelo mal. Vivemos imersos em um turbilhão de inovações dignas da mais alta ficção científica, ao passo que esgoto a céu aberto ainda mata como na Idade Média.</p>
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E por que escolhi o termo lusco-fusco para dar nome ao nosso boteco de filosofia barata e sincera? Sabemos que lusco-fusco é o período de transição entre o dia e a noite, ou entre a noite e o dia, momento em que a escuridão e a luz fazem amor no horizonte. Os motoristas o conhecem bem. Quem nunca vivenciou o drama dos faróis acesos que nada revelam? Fazendo uma metáfora, e metáforas são o maior risco de qualquer um que ousa escrever, creio que passamos por um momento de transição, onde não se sabe ao certo onde o mundo vai parar. No nosso caminho, a penumbra morna da modernidade, ou pós-modernidade, como preferem os acadêmicos, turva as vistas.</p>
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Estamos numa trilha incerta. Os otimistas vislumbram um futuro promissor, louvam a internet, a liberdade, a quebra de preconceitos, os avanços tecnológicos... Já os pessimistas atiram pedras em tudo isso. Eu apenas observo, sem ter certeza de nada.</p>
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Semanalmente nos encontraremos por aqui, seja tratando de um tema específico, pinçado do nosso cotidiano, das páginas dos jornais, de uma tarde qualquer, seja uma divagação pseudo-filosófica engendrada por uma pessoa que não tem a pretensão de escrever verdades, mas apenas de colocar em debate idéias. E, o mais importante: é fundamental que vocês, leitores, ergam a voz e opinem, critiquem e sugiram. Só não permaneçam indiferentes. Todos estão convidados a se sentar nessa mesa redonda do dia a dia.</p>
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Contato:</p>
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<a href="mailto:thobiasalmeida@gmail.com">thobiasalmeida@gmail.com</a></p>
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Thobias Almeida - Thobias Almeida é jornalista desde 2007 e atleticano desde 1981. Passou por assessorias de comunicação, redações de impressos diários e revistas. Depois de abrir e fechar seu próprio jornal, foi levado para a Groenlândia, onde permaneceu durante dois anos refletindo sobre os desafios do cubo mágico. Hoje, tem a certeza de que Toddynho é melhor do que Nescau.</p>